O
efeito destrutivo da eletricidade está associado à intensidade da
corrente que flui pelo corpo da vítima. O que provoca o fluxo de
corrente é justamente a diferença de potencial que existe nas
diversas partes de seu corpo. Mas o potencial elétrico em si não é
um perigo. É por isso que um pássaro pousa sobre um fio de alta
tensão sem nada sofrer. Embora o potencial do fio seja elevado, não
há diferença de potencial entre as pernas da ave (posicionadas
sobre o mesmo condutor) para gerar fluxo de corrente em seu
organismo.
Assim,
quando uma descarga atmosférica atinge o mar, a corrente é injetada
na água e há grande elevação de potencial no ponto de incidência,
onde a corrente está concentrada. Os seres vivos (eventuais
nadadores, inclusive) que estiverem próximos desse ponto correm
sério risco, podendo até morrer, já que a distribuição de
potenciais na região é capaz de submeter o corpo da vítima a
correntes intensas que podem causar paradas cardíacas e
respiratórias. Mas, à medida que se afasta do ponto de incidência,
a densidade de corrente diminui muito rapidamente (com o quadrado da
distância) e, também, o potencial elétrico.
Vale
lembrar que os seres vivos suportam diferentes níveis de corrente
elétrica. Assim, uma mesma corrente pode matar um indivíduo e não
causar efeitos tão lesivos em outros (Silvério
Visacro Filho, Centro de Pesquisas sobre Raios, Escola de Engenharia,
Universidade Federal de Minas Gerais e Companhia Energética de Minas
Gerais, Ciência Hoje, 11/2004).
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