São
corpos tão maciços e densos que sua ação gravitacional é capaz de engolir tudo,
até a luz – daí o nome tenebroso. Eles são formados pelo colapso de estrelas de
massa muito grande. “O buraco negro que existe no centro da nossa galáxia tem
cerca de 3 milhões de massas solares, concentradas numa região da ordem do
Sistema Solar”, diz George Matsas, do IFT (Instituto de Física Teórica) da Unesp.
Dá
para perceber que essa é uma das características-chave de um buraco negro: a
concentração de matéria numa área muito pequena. É isso que dá a esses objetos
sua incrível potência gravitacional, tão forte que, para muitos físicos, o
objeto distorceria o tecido do espaço e do tempo a ponto de abrir um buraco
nele. Toda forma de matéria ou energia que ultrapassasse o chamado horizonte de
eventos (a zona vizinha ao buraco negro, onde sua força gravitacional não é
contrabalançada por influências externas) ficaria presa além dele para sempre.
Ou será que não? “Classicamente, nada escapa do horizonte de eventos”, afirma
Matsas.
EMISSÃO DE RADIAÇÃO
No
entanto, há pesquisadores como Stephen Hawking que, ao incluir elementos da
mecânica quântica (para a qual até o vazio pode produzir partículas “virtuais”)
no estudo dos buracos negros, sugere que ele poderia emitir radiação, sem que
seja possível determinar se ela vem de dentro ou de fora dele.
Por enquanto, as únicas maneiras de detectar esses corpos supermaciços
não envolvem a hipotética radiação Hawking, mas o efeito gravitacional que eles
têm sobre estrelas próximas (por exemplo, nos sistemas binários, em que uma
estrela e um buraco negro orbitam juntos um centro de gravidade entre eles) ou
a emissão dos raios X que vêm do chamado disco de acreção – o halo de matéria e
energia que circunda o buraco negro e vai sendo lentamente engolido por ele.
“Há várias evidências fortíssimas desse tipo”, afirma Matsas.
Super, setembro de 2003.
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