sábado, 17 de novembro de 2012

Por que o tempo não passa quando viajamos à velocidade da luz?


Antes de responder à pergunta, é preciso perguntar o que é o tempo? Essa não é uma questão fácil de ser respondida. Vamos adotar o ponto de vista mais simples, de que tempo é aquilo que é medido por um relógio. A velocidade da luz é um limite inalcançável por qualquer objeto material. Para ser acelerado até essa velocidade, um objeto demandaria uma quantidade infinita de energia. Precisamos de um relógio para medir o tempo e não podemos ter um relógio com a velocidade da luz. No entanto, um modo de medir o tempo é usar qualquer fenômeno que se repita periodicamente. Uma onda, por exemplo, tem uma freqüência e poderia, assim, servir como um relógio. Mas um observador (imaginário, é bom frisar) que se movesse junto com uma onda luminosa veria essa onda em repouso e não teria, pois, como medir o tempo. Para ele é como se o tempo estivesse parado. Outro modo de pensar no assunto é considerar que a luz tem a mesma velocidade em relação a qualquer sistema de referência. Assim, se temos um sistema de referência que se move à velocidade da luz, veríamos a luz se movendo com a velocidade da luz, o que é estranho, a menos que consideremos que o tempo não passa. Einstein usou um argumento parecido com esse quando concluiu que “o tempo não passa na velocidade da luz”. Mas, a rigor, não faz muito sentido falarmos de tempo na velocidade da luz. (Antônio Sérgio T. Pires, Departamento de Física, Universidade Federal de Minas Gerais, Ciência Hoje, 07/2003).

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