Antes de responder à pergunta, é
preciso perguntar o que é o tempo? Essa não é uma questão fácil
de ser respondida. Vamos adotar o ponto de vista mais simples, de que
tempo é aquilo que é medido por um relógio. A velocidade da luz é
um limite inalcançável por qualquer objeto material. Para ser
acelerado até essa velocidade, um objeto demandaria uma quantidade
infinita de energia. Precisamos de um relógio para medir o tempo e
não podemos ter um relógio com a velocidade da luz. No entanto, um
modo de medir o tempo é usar qualquer fenômeno que se repita
periodicamente. Uma onda, por exemplo, tem uma freqüência e
poderia, assim, servir como um relógio. Mas um observador
(imaginário, é bom frisar) que se movesse junto com uma onda
luminosa veria essa onda em repouso e não teria, pois, como medir o
tempo. Para ele é como se o tempo estivesse parado. Outro modo de
pensar no assunto é considerar que a luz tem a mesma velocidade em
relação a qualquer sistema de referência. Assim, se temos um
sistema de referência que se move à velocidade da luz, veríamos a
luz se movendo com a velocidade da luz, o que é estranho, a menos
que consideremos que o tempo não passa. Einstein usou um argumento
parecido com esse quando concluiu que “o tempo não passa na
velocidade da luz”. Mas, a rigor, não faz muito sentido falarmos
de tempo na velocidade da luz. (Antônio Sérgio T. Pires,
Departamento de
Física, Universidade Federal de Minas Gerais, Ciência Hoje,
07/2003).
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