Não. Essa associação não tem fundamento
científico. Trata-se de um mito antigo, que tem origem no fato de o raio
produzir uma luz forte que, refletindo-se no espelho, parece ter vindo dele.
Mas existem outras explicações para essa crença popular. Uma delas se deve à
observação de que, no Brasil colonial, os grandes espelhos, com estruturas
metálicas, favoreciam a incidência de raios dentro das casas. Embora isso tenha
ajudado a difundir o mito, o motivo seria a estrutura metálica e não a
superfície do espelho.
Outros mitos semelhantes dizem respeito aos
raios atraídos por acessórios como fivelas de cintos, pulseiras e colares. Na
verdade, o que pode atrair um raio em sua direção são objetos metálicos grandes,
como varas de pesca, tripés e tacos de golfe. Veículos sem capota, tais com
tratores, motocicletas ou bicicletas, também oferecem risco, e a própria água
atrai eletricidade. É recomendável ficar atento principalmente a objetos altos,
como chaminés e árvores, em especial se estiverem isoladas.
Na idade média, era costume o clero tocar o
sino das igrejas durante as tempestades por acreditar que isso afastaria os
maus espíritos. Muitos monges morreram por conta disso. Além de serem
metálicos, os sinos ficavam no alto de torres, o que os tornava alvos certos de
relâmpagos.
Vale ressaltar que os raios são fenômenos
imprevisíveis, tanto em relação às suas características elétricas como em
relação aos efeitos de sua incidência sobre as edificações, as pessoas e os
animais. Por isso, todo cuidado é pouco (Fonte: Osmar Pinto Júnior, coordenador
do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais; Galileu, 04/2003).
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