sábado, 17 de novembro de 2012

Por que foram atribuídas as letras K, L, M, N, O, P e Q às camadas eletrônicas?


Supõe-se que os elétrons giram em torno do núcleo do átomo. De acordo com os princípios da mecânica quântica, os elétrons movem-se de forma aleatória e são concentrados em regiões chamadas orbitais. Os orbitais definem um volume onde é mais provável encontrar o elétron e possuem uma semelhança maior com uma nuvem do que com a órbita de um planeta em torno do Sol. Os orbitais são classificados por grau crescente de complexidade, usando letras derivadas da aparência de seu espectro – s, p, d, f (do inglês sharp, principal, diffuse, fundamental, respectivamente) –, e são agrupados em camadas esféricas em torno do núcleo. A nomenclatura dessas camadas foi criada pelo espectroscopista Charles Glover Barkla (1877-1944), prêmio Nobel de Física em 1917, que estudava os raios X emitidos quando elétrons de alta energia colidem com o átomo. Por ter observado a existência de dois tipos de raios X com energias diferentes, Barkla usou inicialmente as letras A e B para descrevê-los por ordem decrescente de energia. Mais tarde, imaginou que o átomo pudesse emitir raios X de maior energia e mudou para as letras K e L, de forma a deixar espaço para futuras descobertas na seqüência alfabética. Hoje, sabe-se que esses raios são emitidos quando o elétron de uma camada atômica mais interna, ejetado durante a colisão, volta a ocupar o orbital vazio. Portanto, os raios X de maior energia que o átomo pode emitir são os K. A camada eletrônica passou, então, a receber o nome do raio X correspondente. Quem quiser saber mais sobre esse assunto pode acessar o site do Laboratório Thomas Jefferson (National Accelerator Facility – Office of Science Education): http://education.jlab.org/qa/archive_idx.html (Jean Guillaume Eon, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ciência Hoje, 10/2004).

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