sábado, 17 de novembro de 2012

Por que se diz que às vezes os raios, em vez de caírem do céu, saem do chão? Como se dá esse fenômeno e em que regiões acontece? Li que mais de 90% dos raios sobem e também que todos os raios descem. Os raios descem ou sobem? Como os navios e os aviões, quando são atingidos por raios, dissipam essa energia? Por que acontece o relâmpago e logo depois o trovão? O que é o trovão? Qual a velocidade de um relâmpago, quantos volts ele pode ter e como se mede?


Os relâmpagos podem tanto ter início nas nuvens e dirigirem-se para o solo como o contrário. Os primeiros são os mais comuns. Relâmpagos que saem em direção ao céu são raros e costumam acontecer em regiões com grande concentração de torres, prédios altos ou em picos de montanhas. Mas sempre ocorrem descargas da nuvem para o solo e deste para a nuvem. Para entender isto, é necessário saber porque ocorrem os relâmpagos.
Inicialmente, é preciso que haja as nuvens de descargas elétricas que ocorrem em um intervalo de tempo pequeno, em torno de 0,5 segundo. Freqüentemente eles começam com uma descarga elétrica, que vai da base da nuvem para o solo, formando um canal de elétrons na atmosfera. Quando esta descarga se aproxima do solo em sentido oposto, juntando-se à primeira, a algumas dezenas de metros do chão. Surge, então uma descarga descendente intensa, chamada descarga de retorno, que ocorre no instante em que as duas descargas anteriores se encontram. Ela dura apenas dezenas de microssegundos.
Como o ponto de início da descarga de retorno encontra-se próximo ao solo, os elétrons depositados no canal mais próximo deste ponto são os primeiros a se dirigirem para o chão; os demais caem alguns microssegundos depois. Logo, apesar de todos os elétrons moverem-se para abaixo, a luminosidade produzida move-se para cima. A impressão de que a luminosidade ocorre de cima para baixo deve-se a uma ilusão de óptica, graças a grande velocidade do fenômeno.
O trovão é o ruído que se escuta devido ao aquecimento e rápida expansão do ar ao redor do canal do relâmpago. Escuta-se o trovão depois de ver-se a luz, porque a velocidade de propagação do som é menor que a da luz. Quando um raio atinge um avião, em geral ele passa pelo aparelho e segue o seu caminho na atmosfera, até encontrar um outro ponto onde consegue romper a capacidade isolante do ar. Quando muito o avião sofre dados em sua fuselagem. Já os navios possuem pára-raios no topo de seus mastros, que desviam os raios para a água, onde se dissipam. A velocidade de um relâmpago varia ao longo das suas etapas. Durante a descarga de retorno, a velocidade atinge valores até um terço da velocidade da luz, que é de 300.000 Km/s. A velocidade é medida através do registro da luminosidade. O potencial em volts é da ordem de 100 milhões (Fonte: Osmar Pinto Jr., pesquisador do Departamento de Geofísica Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Globo Ciência, 02/1996).

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