Os relâmpagos
podem tanto ter início nas nuvens e dirigirem-se para o solo como o contrário.
Os primeiros são os mais comuns. Relâmpagos que saem em direção ao céu são
raros e costumam acontecer em regiões com grande concentração de torres,
prédios altos ou em picos de montanhas. Mas sempre ocorrem descargas da nuvem
para o solo e deste para a nuvem. Para entender isto, é necessário saber porque
ocorrem os relâmpagos.
Inicialmente, é
preciso que haja as nuvens de descargas elétricas que ocorrem em um intervalo
de tempo pequeno, em torno de 0,5 segundo. Freqüentemente eles começam com uma
descarga elétrica, que vai da base da nuvem para o solo, formando um canal de
elétrons na atmosfera. Quando esta descarga se aproxima do solo em sentido
oposto, juntando-se à primeira, a algumas dezenas de metros do chão. Surge,
então uma descarga descendente intensa, chamada descarga de retorno, que ocorre
no instante em que as duas descargas anteriores se encontram. Ela dura apenas
dezenas de microssegundos.
Como o ponto de início
da descarga de retorno encontra-se próximo ao solo, os elétrons depositados no
canal mais próximo deste ponto são os primeiros a se dirigirem para o chão; os
demais caem alguns microssegundos depois. Logo, apesar de todos os elétrons
moverem-se para abaixo, a luminosidade produzida move-se para cima. A impressão
de que a luminosidade ocorre de cima para baixo deve-se a uma ilusão de óptica,
graças a grande velocidade do fenômeno.
O trovão é o ruído
que se escuta devido ao aquecimento e rápida expansão do ar ao redor do canal
do relâmpago. Escuta-se o trovão depois de ver-se a luz, porque a velocidade de
propagação do som é menor que a da luz. Quando um raio atinge um avião, em
geral ele passa pelo aparelho e segue o seu caminho na atmosfera, até encontrar
um outro ponto onde consegue romper a capacidade isolante do ar. Quando muito o
avião sofre dados em sua fuselagem. Já os navios possuem pára-raios no topo de
seus mastros, que desviam os raios para a água, onde se dissipam. A velocidade
de um relâmpago varia ao longo das suas etapas. Durante a descarga de retorno,
a velocidade atinge valores até um terço da velocidade da luz, que é de 300.000
Km/s. A velocidade é medida através do registro da luminosidade. O potencial em
volts é da ordem de 100 milhões (Fonte: Osmar Pinto Jr., pesquisador do
Departamento de Geofísica Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe); Globo Ciência, 02/1996).
Nenhum comentário:
Postar um comentário