Isso
acontece quando o corpo humano está tão eletrizado que acaba descarregando a
energia acumulada (conhecida como energia estática) no primeiro objeto condutor
que aparece pela frente. A corrente – formada pelo batalhão de elétrons que
passa do corpo para a maçaneta – transita numa velocidade tão grande que dá
para sentir esse movimento. É essa sensação que chamamos de choque.
“Ficamos
carregados quando usamos calçados com sola de borracha, blusas de lã ou tecidos
sintéticos. Esses materiais, em movimento, acumulam carga”, afirma o físico
Cláudio Furukawa, da USP. E objetos de metal, como maçanetas ou portas de
carro, são o destino preferido das cargas extras, atraídas pelos elétrons livres
na estrutura.
Apesar de não terem época certa para ocorrer, esses
choques têm uma quedinha especial pelas estações mais secas. “Normalmente, a
umidade do ar serve para descarregarmos a carga acumulada”, diz o físico André
Luiz Belém, da Unesp. Mas nem todo vaivém de elétrons é chocante: o organismo
só sente correntes elétricas com intensidade a partir de 1 miliampère. “Em todo
caso, a corrente nesse tipo de choque é pequena e tem pouca duração, por isso
não tem efeito prejudicial à saúde”, afirma Cláudio.
Revista Superinteressante.
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