Para entender, é
preciso saber como se formam esses órgãos responsáveis pela visão!
As
luzes estão apagadas. Você não enxerga nada, mas permanece
tranqüilo. Até que, de repente, um pequeno feixe de claridade
mostra que há dois olhos a lhe vigiar na escuridão! Se num caso
desses a sua primeira reação é gritar: -- Fantaaaaaaaaaaasma!!!,
poupe as suas cordas vocais. Procure o interruptor, ilumine o
ambiente e comprove que não se trata de assombração, mas de algum
animalzinho, muito provavelmente um gato, que agora deve estar num
canto, apavorado com o seu berro.
A
razão pela qual os olhos de alguns animais brilham no escuro está
na formação desses órgãos responsáveis pela visão. Primeiro é
preciso saber que os olhos de todos os animais têm uma região
chamada retina cuja principal função é transformar a luz em
impulsos elétricos, que vão para o cérebro e produzem a visão. E
quem faz esta transformação são estruturas da retina conhecidas
como fotorreceptores.
Alguns
animais, porém, têm, atrás da retina, uma área chamada tapete
lúcido, que é feita de substâncias com propriedades refletoras,
como os espelhos, que aumentam a quantidade de luz percebida. É por
conta do tapete lúcido -- uma película colorida com certo brilho
--, que os olhos de alguns animais, como cães, cavalos e bois
brilham, ou melhor, refletem a luz ao serem atingidos por ela. Já
nos olhos dos suínos e do homem, por exemplo, que não apresentam
essa região refletora, tal característica não é observada.
O
tapete lúcido é uma adaptação noturna. Isso significa que,
fazendo refletir a luz que incide nos olhos, há um aumento da
estimulação dos fotorreceptores -as células sensíveis à luz -, proporcionando a visão em locais escuros ou visão noturna.
Graças
a essa adaptação, leões, tigres e onças, entre outros felinos,
são capazes de localizar suas presas mesmo no escuro. Por motivo
igual, animais domésticos, como cães e gatos, conseguem se
localizar em ambientes sem luz, podendo nos pregar sustos como o do
começo do texto.
Ciência
Hoje das Crianças 133, março 2003
Sandra Cuenca,
Departamento de Anatomia,
Universidade Metodista de São Paulo e
Centro Universitário Monte Serrat/Santos.
Sandra Cuenca,
Departamento de Anatomia,
Universidade Metodista de São Paulo e
Centro Universitário Monte Serrat/Santos.
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