terça-feira, 27 de novembro de 2012

Por que os olhos de alguns animais brilham no escuro?


Para entender, é preciso saber como se formam esses órgãos responsáveis pela visão!
As luzes estão apagadas. Você não enxerga nada, mas permanece tranqüilo. Até que, de repente, um pequeno feixe de claridade mostra que há dois olhos a lhe vigiar na escuridão! Se num caso desses a sua primeira reação é gritar: -- Fantaaaaaaaaaaasma!!!, poupe as suas cordas vocais. Procure o interruptor, ilumine o ambiente e comprove que não se trata de assombração, mas de algum animalzinho, muito provavelmente um gato, que agora deve estar num canto, apavorado com o seu berro.
A razão pela qual os olhos de alguns animais brilham no escuro está na formação desses órgãos responsáveis pela visão. Primeiro é preciso saber que os olhos de todos os animais têm uma região chamada retina cuja principal função é transformar a luz em impulsos elétricos, que vão para o cérebro e produzem a visão. E quem faz esta transformação são estruturas da retina conhecidas como fotorreceptores.
Alguns animais, porém, têm, atrás da retina, uma área chamada tapete lúcido, que é feita de substâncias com propriedades refletoras, como os espelhos, que aumentam a quantidade de luz percebida. É por conta do tapete lúcido -- uma película colorida com certo brilho --, que os olhos de alguns animais, como cães, cavalos e bois brilham, ou melhor, refletem a luz ao serem atingidos por ela. Já nos olhos dos suínos e do homem, por exemplo, que não apresentam essa região refletora, tal característica não é observada.
O tapete lúcido é uma adaptação noturna. Isso significa que, fazendo refletir a luz que incide nos olhos, há um aumento da estimulação dos fotorreceptores -as células sensíveis à luz -, proporcionando a visão em locais escuros ou visão noturna.
Graças a essa adaptação, leões, tigres e onças, entre outros felinos, são capazes de localizar suas presas mesmo no escuro. Por motivo igual, animais domésticos, como cães e gatos, conseguem se localizar em ambientes sem luz, podendo nos pregar sustos como o do começo do texto.
Ciência Hoje das Crianças 133, março 2003
Sandra Cuenca,
Departamento de Anatomia,
Universidade Metodista de São Paulo e
Centro Universitário Monte Serrat/Santos.

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