Não,
aparelhos de raios X não possuem e não funcionam a partir de
materiais radioativo. No interior desses equipamentos existe um tubo
de raios catódicos (de elétrons) que atingem um rotor de tungstênio
em alta rotação. A colisão entre elétrons e o tungstênio produz
os raios X; o tubo funciona de modo semelhante a uma lâmpada que
emite raios X ao invés de luz, ou seja, só há emissão de radiação
quando o tubo está ligado. Um aparelho quebrado, estragado ou aberto
não oferece nenhum perigo, é apenas sucata.
Expor-se
à radiação é antepor-se em seu caminho, absorver seus raios
ionizantes (mais perigosos) e suas partículas carregadas emitidas
(menos perigosas). Contaminar-se com material radioativo é
impregnar-se dele, ser seu portador, ficar “sujo” com sua poeira
radioativa, carregar consigo de forma inadvertida ou indissociável
certa quantidade de material radioativo. Todo aquele que está
contaminado também estará exposto, pois a “sujeira radioativa”
emite radiação. Quando se tira uma radiografia se está expondo à
radiação, quando se tem contato físico com material radioativo se
estará contaminando com ele.
A
qualidade da imagem é mais relevante nos exames de mamografia, pois
o que se quer diagnosticar é muito pequeno e a mama é inteiramente
feita de tecidos moles, significa dizer que há muito pouca diferença
na imagem entre tecidos sãos e os doentes. Aqui um bom PGQ é
fundamental, pois a fase do câncer de mama em que há 100% de chance
de cura só pode ser detectada através da mamografia, já que, nesta
fase, os nódulos são muitos pequenos e não podem ser detectados
através do auto-exame por toque dos seios. Além disso, esse tipo de
exame é repetido todo ano e, pó isto, deve ser bem controlado, pois
quanto mais mamografias realizadas, maiores são as probabilidades de
ocorrência de danos à saúde. Se o serviço de mamografia tiver um
bom PGQ/ PR estima-se que uma paciente possa tirar 900 mamografias ao
longo da vida sem grandes riscos. Só para informar, um nódulo pode
ser detectado pelo toque a partir de 5mm de diâmetro, tem chance de
quase 100% de cura com até 2 m de diâmetro; e o equipamento, se
tiver um bom PGQ, pode detectar a partir de 1mm de diâmetro.
Todo
risco é proporcional à exposição; quanto maior ela for, maior
será o risco do exame. Os exames traumatológicos (ossos quebrados)
são os de menor exposição e, portanto, aqueles que oferecem menor
riscos. As tomografias computadorizadas são aquelas que oferecem
maiores exposições, e por isso, também oferecem os maiores riscos.
Para se ter uma idéia, uma tomografia oferece uma exposição 2000
vezes maior que uma radiografia de tórax. Deve-se, porém, levar em
consideração que os riscos que ocorrem, seja qual a hipótese,
devem ser sempre inferiores aos benefícios que se espera colher para
qualquer tipo de exame radiográfico. Cabe ao médico tomar essa
decisão, justificando-a, pois o risco é maior que o benefício,
então a exposição não é recomendável.
Não
há registro de qualquer diferença quanto aos riscos que tenham
relação como sexo daquele que foi exposto à radiação ionizante.
O tamanho do paciente pode ter alguma influência, visto que quanto
maior for o corpo (em espessura), maior deverá se exposição para
que as imagens possam ser adequadamente registradas no filme
radiográfico. Como os homens costumam ser maiores e mais pesados que
as mulheres, poderia conferir-se aos homens um risco levemente maior
para um mesmo exame radiológico, mas, mesmo assim, ainda seriam
muito próximos para considerarmos diferentes. O mesmo não pode ser
dito quanto à idade; as crianças são bem mais sensíveis às
radiações ionizantes por estarem em crescimento. Quando uma célula
está se dividindo (sua forma de crescimento), ela fica vulnerável
às radiações, pois fica impedida de corrigir qualquer efeito em
seu DNA causado pela radiação. As crianças são aquelas que tem as
maiores taxas de crescimento celular, pois seus corpos estão
crescendo. Os fetos, no interior dos úteros de suas mães, possuem
taxas maiores ainda, pó isso é muito importante a mulher informar
ao operador do equipamento de raios X quando está grávida. Assim,
deve-se ter muito cuidado quando se faz exames radiológicos em
crianças: as exposições devem ser bem menores que aquelas usadas
em adultos; primeiro, porque seus corpos são menores, e depois,
porque são mais sensíveis às exposições.
Um
tumor cancerígeno é constituído de células que esqueceram de
aparar de se multiplicar, ou seja, um tumor está constantemente
crescendo e não faz outra coisa senão crescer até tomar conta de
outros órgãos e, finalmente, do corpo inteiro. São células que
foram modificadas no gene de crescimento de seu DNA por um radical
livre, produzido por radiação ionizante. As células que estão em
divisão celular têm seus mecanismos de reparação celular
desativados durante esse processo; tais mecanismos podem consertar
danos causados ao DNA. Nas células cancerígenas, os mecanismos de
reparação celular estão constantemente desativados e, por isso,
eles não podem consertar qualquer nova modificação sofrida em seu
DNA. Como a maioria das modificações causadas inviabiliza a célula
(a mata), a mesma radiação que formou o tumor acaba por matá-lo.
Um
evento determinístico é aquele que pode ser previsto, pois depende
de leis físicas bem conhecidas e entendidas. Já os eventos
probabilísticos não podem ser previstos, pois as leis das quais
dependem não são ou não podem ser conhecidas. Jamais alguém
poderá dizer que um determinado evento não ocorrerá, baseado
apenas em sua pequena probabilidade de acontecer. Pelo contrário, o
evento ocorrerá sim, mas não podemos afirmar o lugar, quando, com
quem ou porque ocorreu. Eventos probabilísticos estão relacionados
com sorte e azar; uma pessoa pode tirar muitas radiografias e não
acontecer nadada de mal a ela e outra pode tirar uma ou duas e sofrer
conseqüências quanto à sua saúde (Caderno Brasileiro de Ensino de
Física, 08/2002).
Oi, ótima postagem. Porque você não coloca opção de seguir o blog?
ResponderExcluir