quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como funciona um spray?


Spray é uma palavra inglesa que significa ‘ação de borrifar ou pulverizar’ ou ‘o líquido pulverizado resultante’. Assim, o spray é um conjunto de gotículas dispersas em um meio gasoso e é tecnicamente chamado de ‘dispersão de líquido em gás’. Os sprays têm inúmeras aplicações. Eles são usados em motores de combustão interna de veículos para facilitar a queima dos combustíveis, em sistemas de climatização de ambientes, que usam a vaporização de gotículas de água para resfriamento, em diversos processos de fabricação de produtos em pó nas indústrias química e farmacêutica e em embalagens comerciais para a aplicação de produtos líquidos, como perfumes, desodorantes, inseticidas e remédios. Independentemente da aplicação, um spray é gerado basicamente pelo mesmo procedimento: o líquido é forçado a atravessar pequenos orifícios (ejetores) para o ambiente gasoso em velocidade suficientemente alta para provocar a quebra do jato de líquido em pequenas gotas. Por vezes, um gás é forçado a passar pelo ejetor junto com o líquido para facilitar a formação do spray. A formação de gotas se origina a partir de oscilações na superfície do jato líquido, causadas pela diferença de velocidade entre o jato e o ambiente gasoso. Vejamos um exemplo do dia-a-dia, como as embalagens comerciais de desodorantes. Elas podem ser de dois tipos: flexíveis e rígidas. As flexíveis podem ter a sua tampa facilmente retirada, permitindo visualizar um pequeno tubo plástico que leva o líquido ao ejetor. Ao se pressionar rapidamente essas embalagens, a pressão interna gerada força o líquido a subir até o ejetor, de onde é expelido juntamente com um pouco do gás presente no interior da embalagem, formando o spray. Caso se pressione lentamente a embalagem, o aumento da pressão interna é insuficiente para que o líquido atinja o ejetor e apenas gás saia através do orifício. Nas embalagens rígidas, o processo é ligeiramente diferente, pois um gás pressurizado é colocado na embalagem, a qual tem uma válvula antes do ejetor. Ao se abrir a válvula, a pressão interna do gás força o líquido através do ejetor. Ao longo do uso, a pressão interna do gás diminui até um ponto em que ela já não consegue levar o líquido ao ejetor e a embalagem se torna inútil para gerar o spray, mesmo que ainda haja produto líquido no seu interior (Paulo Laranjeira da Cunha Lage, Programa de Engenharia Química, Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Ciência Hoje, agosto de 2003).

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