Spray
é uma palavra inglesa que significa ‘ação de borrifar ou
pulverizar’ ou ‘o líquido pulverizado resultante’. Assim, o
spray é um conjunto de gotículas dispersas em um meio gasoso e é
tecnicamente chamado de ‘dispersão de líquido em gás’. Os
sprays têm inúmeras aplicações. Eles são usados em motores de
combustão interna de veículos para facilitar a queima dos
combustíveis, em sistemas de climatização de ambientes, que usam a
vaporização de gotículas de água para resfriamento, em diversos
processos de fabricação de produtos em pó nas indústrias química
e farmacêutica e em embalagens comerciais para a aplicação de
produtos líquidos, como perfumes, desodorantes, inseticidas e
remédios. Independentemente da aplicação, um spray é gerado
basicamente pelo mesmo procedimento: o líquido é forçado a
atravessar pequenos orifícios (ejetores) para o ambiente gasoso em
velocidade suficientemente alta para provocar a quebra do jato de
líquido em pequenas gotas. Por vezes, um gás é forçado a passar
pelo ejetor junto com o líquido para facilitar a formação do
spray. A formação de gotas se origina a partir de oscilações na
superfície do jato líquido, causadas pela diferença de velocidade
entre o jato e o ambiente gasoso. Vejamos um exemplo do dia-a-dia,
como as embalagens comerciais de desodorantes. Elas podem ser de dois
tipos: flexíveis e rígidas. As flexíveis podem ter a sua tampa
facilmente retirada, permitindo visualizar um pequeno tubo plástico
que leva o líquido ao ejetor. Ao se pressionar rapidamente essas
embalagens, a pressão interna gerada força o líquido a subir até
o ejetor, de onde é expelido juntamente com um pouco do gás
presente no interior da embalagem, formando o spray. Caso se
pressione lentamente a embalagem, o aumento da pressão interna é
insuficiente para que o líquido atinja o ejetor e apenas gás saia
através do orifício. Nas embalagens rígidas, o processo é
ligeiramente diferente, pois um gás pressurizado é colocado na
embalagem, a qual tem uma válvula antes do ejetor. Ao se abrir a
válvula, a pressão interna do gás força o líquido através
do ejetor. Ao longo do uso, a pressão interna do gás diminui até
um ponto em que ela já não consegue levar o líquido ao ejetor e a
embalagem se torna inútil para gerar o spray, mesmo que ainda haja
produto líquido no seu interior (Paulo Laranjeira da Cunha Lage,
Programa de Engenharia Química, Coordenação
dos Programas de Pós-graduação em Engenharia, Universidade Federal
do Rio de Janeiro; Ciência Hoje, agosto de 2003).
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