“No
interior da Terra, entre 2 900 e 5 200 quilômetros de profundidade,
há uma camada de fluido constituída principalmente de ferro”,
explica o geofísico Igor Pacca, do Instituto Astronômico e
Geofísico da Universidade de São Paulo. Com o movimento de rotação
do planeta o fluido também roda. Como a parte mais externa do globo
é constituída por rochas sólidas, há um atrito entre as duas
camadas, fazendo com que o fluido gire formando espiras. As correntes
circulares que se formam comportam-se como os fios de um dínamo nos
quais as cargas elétrica correm em círculo. Sempre que há cargas
caminhando numa mesma direção forma-se campo magnético. É assim
que a Terra transforma-se em um imenso imã.
O
campo tem sempre uma orientação, que se convencionou chamar de
norte. Apesar de o norte magnético não coincidir exatamente com o
norte geográfico, a diferença entre eles é pequena. Mas nem sempre
foi assim. Estudos recentes de resíduos magnéticos em rochas e no
solo dos oceanos mostraram que o campo magnético da Terra já teve
sua polaridade invertida pelo menos 170 vezes em 100 milhões de
anos. A última delas aconteceu há cerca de 700 000 anos. Seria como
se pegássemos uma bússola e ela apontasse para o nosso sul
geográfico. Os cientistas ainda não conseguem explicar o porquê da
inversão. Teoricamente a Terra teria que passar a girar para o outro
lado para inverter a orientação do campo. Só que isso nunca
aconteceu.
Como
as inversões não ocorrem em períodos regulares não é possível
prever quando será a próxima. Existem ainda variações menores na
orientação do campo. Ele tende a sofrer pequenos desvios para
oeste. Uma das explicações é que o núcleo central da Terra é
sólido. Por isso ele anda mais devagar que a camada externa fluída,
freando ligeiramente o movimento e provocando um pequeno
desvio.(Super, 01/1996).
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