No dia seguinte, a aula
foi sobre o funcionamento de um termômetro. E Rex foi pra casa ainda mais
animado. Chegou logo dizendo pra Diná e pro Zíper: "Vocês sabiam que para
saber como funciona o termômetro precisamos entender um pouquinho sobre trocas
de calor? Querem apostar como isso não é nada difícil?!"
Ele falou que, como já
havia explicado no dia anterior, todo corpo (objetos ou pessoas) é feito de
moléculas que se agitam, e que uma medida do grau de agitação de suas moléculas
-- ou seja, o quanto elas se agitam -- é a sua temperatura. E aí lançou o
desafio: "Mas o que será que acontece quando dois corpos com temperaturas
diferentes estão em contato um com o outro?" E antes que os amigos pudessem
responder, veio com a sua idéia da festa:
"Imaginem uma festa
em que há uma galera muito agitada, muito animada, dançando muito, com muita
empolgação. Imaginem também outra festa, ao lado dessa, em que esteja meio
desanimada, com pouca empolgação. Imaginaram? Bom, é claro que a galera do
rebuliço não vai deixar aquela turminha desanimada assim e vai tentar animá-la!
Logo, as pessoas que tinham maior agitação doam um pouco da sua 'energia' para
agitar o outro pessoal! Assim, a turma que antes era quietinha fica mais
agitada, e a que antes era a mais esperta fica um pouco mais devagar, mas as
duas ficam com a mesma agitação para curtir a festa numa boa! Captaram?"
Zíper e Diná tinham
adorado o exemplo e continuaram prestando atenção no amigo que ainda tinha mais
para falar: "O que acontece com os objetos com temperaturas diferentes é
algo parecido! O que tem maior temperatura transfere parte da sua energia
térmica para o que está com menor temperatura. Aí, a temperatura do corpo mais
quente diminui e a do corpo mais frio aumenta. No fim, os dois corpos ficam com
temperaturas iguais! A energia térmica em trânsito, isto é, que passa de um pro
outro, é chamada de calor, e o momento em que os dois corpos em contato estão
com temperaturas iguais se chama equilíbrio térmico."
Diná, que estava um ano na
frente no colégio, completou: "Guarde que quando um objeto é muito maior
do que outro, o grande é chamado de 'reservatório térmico'. Nesse caso, quando
eles ficam em contato e entram em equilíbrio, a temperatura do maior quase não
muda e a temperatura do menor fica igual à do maior." "Boa,
Diná!", disse o Rex. E ela emendou: "Mas continue, quero saber sobre
o termômetro."
"Então", disse o
dinossauro, "quando colocamos o termômetro em contato com a nossa pele, o
termômetro tenta entrar em equilíbrio térmico com o nosso corpo. O nosso corpo
não irá diminuir sua temperatura, mesmo doando energia para o termômetro, pois,
nesse caso, ele funciona como reservatório térmico. Além disso, o professor
disse que temos muitos mecanismos orgânicos que não permitem que a temperatura
do nosso corpo mude. Por isso, depois de alguns minutos, o termômetro terá a
mesma temperatura que o nosso corpo.".
"O líquido prateado
no termômetro é o mercúrio", continuou Rex. "Ele se expande
facilmente com pequenas variações de temperatura. Como o tubo que mostra a
temperatura é muito fininho, mesmo um pequeno aumento do volume da bolinha de
mercúrio que fica na ponta do termômetro faz ele subir bastante no tubinho.
Então, quanto maior for a temperatura do termômetro, maior será a expansão
desse líquido. As marcações no tubinho são feitas de modo a marcar uma
temperatura correspondente à nossa no visor. E é só!"
"Valeu, Rex!", disse Diná. E Zíper
completou: "Sei não, mas acho que alguém aí quando crescer vai ser
físico!" (Ciência Hoje das Crianças,
maio 2004, Patrícia
Eugênio de Souza, Departamento de Física,Universidade Federal do Espírito
Santo).