Para responder
esta pergunta, é preciso distinguir os conceitos válidos nas artes e conceitos
da física. A classificação das cores como ‘quentes’ ou ‘frias’, frequentemente
empregada a uma pintura e nas artes em geral, não tem qualquer relação com a
física. Poderíamos ser levados a pensar que uma cor considerada ‘quente’ nas
artes, como, por exemplo, o vermelho, tem mais energia que uma cor ‘fria’ como
o violeta. Entretanto, como bem observou o leitor, o que ocorre em física é
exatamente o oposto: partículas de luz (fótons) que compõe a radiação de cor
violeta carregam mais energia que os fótons da cor vermelha.
Este fato decorre de um
resultado bastante importante da física quântica: a radiação eletromagnética
(ondas de rádio, microondas, infravermelho, luz visível, raio X e raios gama)
consistem fótons que carregam um ‘pacotinho’ (que os físicos denominam quantum) de energia diretamente
proporcional à freqüência de radiação. Assim, quanto maior freqüência de
radiação, maior a energia de fóton – os fótons mais energéticos são os de raios
gama. A intensidade da radiação é proporcional à energia total que ela transporta
e, consequentemente, ao número de fótons.
Esse resultado, devido aos
trabalhos de Albert Einstein (1879 – 1955), no inicio do século 20, foi fundamental
para explicar experimentos da época, como o efeito fotoelétrico, no qual a luz
arranca elétrons da matéria (metais, por exemplo). Foi crucial, ainda, para o
desenvolvimento da mecânica quântica, teoria que lida com os fenômenos no
diminuto universo atômico e subatômico.
Quando explicado o aspecto
visível, ou seja, à porção espectro eletromagnético detectável pelo olho humano
– que vai do vermelho (que corresponde a freqüência da ordem de 4,0 x 10(¹4) Hz) ao violeta (com freqüência até
aproximadamente 7,5 x 10(¹4) Hz) -, esse principio da física
quântica nos mostra que os fótons correspondentes à luz violeta carregam mais
energia do que os correspondentes à luz vermelha.
Felipe A Pinheiro, Instituto
de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Revista Ciência Hoje, fevereiro de 2010.
muito legal a postagem. fiquei sabendo do blog atraves https://cientistasdescobriramque.wordpress.com/
ResponderExcluirValeu, Robson!
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