Sabe-se que a densidade da água do mar (cerca
de 1,03.103 kg/m3) é ligeiramente maior do que a da água doce
(aproximadamente 1.103 kg/m3). Vale lembrar que a densidade do mar
varia principalmente com dois fatores: o geográfico (o mar Vermelho apresenta
densidade bem maior) e a profundidade (ao aumentar a profundidade, diminui a
temperatura e cresce a pressão, o que altera a concentração de sais no mar e
eleva a densidade). Com a profundidade fornecida pelo leitor, de 3.000 m, pode-se calcular a pressão aproximada por um
teorema fundamental da hidrostática (P(h) = Patm + rgh), o que dá um valor igual a 304,14 Pa.
Sabe-se também que a temperatura a tal profundidade é inferior à temperatura
ambiente, a qual já é suficiente para precipitar parafinas e outros componentes
do petróleo, alguns dos quais cristalizam. Contudo, não se pode dizer que todos
os componentes do petróleo irão precipitar, pois é necessário conhecer a real
temperatura a essa profundidade, entre outros fatores. Considerando que uma parte
precipita e outra não, o que é de se esperar, tanto a parte que permanece
líquida quanto a que precipita são menos densas que a água do mar e, assim,
subirão até a superfície. O leitor ainda questiona sobre a viscosidade que
deveria interferir no vazamento do petróleo dos porões. A viscosidade varia
exponencialmente com a temperatura: quando esta diminui, a viscosidade aumenta.
No entanto, a pressão a tal profundidade produz uma força muito maior que a
força resistiva que surge devido à viscosidade, obrigando assim o fluido em
questão (petróleo) a sair dos porões. (Sérgio Lucena Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de Pernambuco;
Ciência Hoje, julho de 2003).
A particularidade deste blog está em apresentar as perguntas - sobre assuntos que envolvam conteúdos de física, dos leitores (e/ou colaboradores) de revistas de divulgação científica - em conjunto com a resposta. O objetivo é “transformar” a pergunta e a respectiva resposta em um texto didático e dinâmico para o ensino de física. (http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/v12a02.pdf)
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