sábado, 22 de dezembro de 2012

Como a Luz se comporta na imagem em Três Dimensões e como ela se projeta na atmosfera?


A percepção de tridimensionalidade está associada ao que chamamos “visão estereoscópica”, que significa a visão combinada dos nossos dois olhos. Nosso cérebro recebe, simultaneamente, duas imagens ligeiramente distintas, devido à pequena distância entre os olhos na face. Ele combina essas imagens e extrai as informações de profundidade, distancia, posição e tamanho dos objetos visualizados. Ao bloquearmos um dos olhos, por exemplo, comprometemos a percepção da natureza tridimensional da imagem. Portanto essa percepção está mais associada ao nosso mecanismo de visão do que a qual que particularidade da propagação da luz na atmosfera.
Contudo, há alguns processos físicos que podemos explorar para “enganar” nosso cérebro. É o que acontece, por exemplo, na holografia ou quando utilizamos óculos com lentes polaroides nos cinemas em três dimensões (3D). A estratégia é produzir duas imagens em 2D (duas dimensões), cada uma simulando a imagem vista por um dos nossos olhos, e explorar alguma propriedade física que permita filtrar essas imagens até atingir nossos olhos. Assim, cada olho vai enxergar uma das imagens produzidas, de modo a provocar no cérebro o efeito da visão estereoscópica.
No caso dos polaroides, a filtragem das imagens é feita porque esses equipamentos permitem selecionar e controlar a polarização da luz, ou seja, a direção em que a onda luminosa vibra, que é perpendicular a sua direção de propagação (definida como uma reta no espaço).
Na holografia, registra-se em uma placa 2D, usando laser, a informação de uma imagem 3D, incluindo a profundidade. O material transparente colocado por cima altera de forma controlada certas características dessas ondas luminosas – promovendo diferentes modificações em cada ponto da placa holográfica -, de modo a formar a imagem desejada na sua propagação. Essas alterações também dependem da direção com que a luz atravessa a placa. Assim, podem-se registrar imagens diferentes para ângulos diferentes de propagação a partir da placa. Quando as imagens associadas a cada ângulo correspondem justamente às diferentes imagens de um mesmo objeto visto de diferentes ângulos, a visão 3D é reconstituída.
Antonio Zelaquett Khoury, Instituto de Física, Universidade Federal Fluminense.
Fonte: Revista Ciência Hoje, n. 226.

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