Para enxergar
em três dimensões, cada um dos olhos vê a mesma imagem, só que em uma posição
diferente. “É fácil perceber como isso acontece”, diz o oftalmologista Elcio H.
Sato, da Escola Paulista de Medicina. “Se colocarmos um dedo a cerca de cinco
centímetros da ponta do nariz e fecharmos o olho esquerdo, veremos o dedo em
determinada posição. Quando fechamos o direito e abrimos o esquerdo, a sensação
é que o dedo mudou de lugar”. O fenômeno acontece porque cada olho vê em um
ângulo.
A imagem é
registrada pela retina de cada olho que envia mensagens, por meio das vias
óticas, para uma região do cérebro chamada lobo occipital. Lá, as duas
informações são interpretadas e traduzidas como uma imagem com volume. Por
isso, pessoas com visão em apenas um dos olhos não conseguem ver em três
dimensões, sejam objetos reais ou impressão em papel.
Os livros que
simulam a imagem em três dimensões, chamada estereograma, enganam o cérebro.
Por meio de cálculos matemáticos e com a ajuda do computador, cada um dos dois
pontos (um visto pelo olho direito e outro pelo esquerdo) necessários para
formar uma imagem em três dimensões é identificado. O processo é repetido para
cada ponto da imagem e impresso em uma superfície. Os pontos correspondentes
são pintados da mesma cor. Quando se olha essa imagem de forma normal, aparece
apenas um imenso embaralhado.
Para se ter a
sensação de terceira dimensão é preciso que cada um dos olhos veja os pontos
correspondentes à mesma imagem separadamente. Isso é possível se desfocarmos a
visão. Quando essa informação é enviada ao cérebro, ele interpreta como uma
imagem tridimensional.
Super, Abril
de 1995.
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