Quando um raio atinge o solo, ele
emite raios X (radiação eletromagnética com comprimentos de onda entre 0,1 e 10
nanômetros) em todas as direções ao seu redor. Esses raios X são gerados pelos
elétrons do relâmpago, através de processos ainda pouco conhecidos. Produzidos
em pulsos de curtíssima duração (milionésimos de segundos), esses raios X são
cerca de duas vezes mais intensos do que aqueles gerados quando tiramos uma
chapa da mandíbula, por exemplo. Contudo, devido à alta densidade atmosférica
próxima ao solo, eles são fortemente atenuados ao se propagarem e seus efeitos
são perceptíveis a apenas alguns metros do local de incidência das descargas.
Esse fato faz com que o perigo da
exposição aos raios X liberados por um relâmpago seja menor do que os riscos
associados à própria descarga. Além disso, a incidência de descargas em um
mesmo local, mesmo no caso extremo de um prédio muito alto como o Empire State
Building, em Nova York (Estados Unidos), que registra cerca de 25 descargas por
ano, não seria suficiente para produzir grandes danos ao ser humano.
Osmar Pinto Junior
Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário