quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quais as consequências da exposição do diamante ao fogo? Ele resistirá ou será consumido?

O diamante é a fase do carbono estável em altas pressões e temperaturas. É a presença do oxigênio no ambiente que determina seu comportamento durante o aquecimento. Submetido à alta temperatura (entre 900°C e 1.000°C) em uma atmosfera rica em oxigênio, o diamante se transforma em gás carbônico (CO2), sem fundir (derreter). Isso também acontece com a grafite, que tem a mesma composição do diamante, mas diferente estrutura cristalina. Na ausência de oxigênio, tanto o diamante quanto o grafite apresentam temperaturas de fusão extremamente elevadas, já que a energia de ligação entre os átomos é muito forte nas duas estruturas. A temperatura de fusão do diamante é da ordem de 3.500°C, enquanto a grafite é de 3.600°C. Portanto, o diamante e a grafite, na presença de oxigênio, se transformam em gás; sem o oxigênio, eles fundem. Em qualquer um dos casos, a temperatura deve ser muito alta.
Sendo assim, quando aquecido em forno de mufla (forno normal, com ar) ou no bico de Bunsen (instrumento que atinge temperaturas acima de 1.000°C), o diamante volatiliza, ou seja, passa diretamente para o estado gasoso. Exposto ao maçarico oxídrico (com oxigênio), ele também forma CO2, sem fundir; se for pulverizado e colocado sobre uma lâmina de platina, isso ocorre mais facilmente, em temperaturas levemente inferior a 900°C. A grafite volatiliza sem fundir quando submetida à chama do arco voltaico ou arco elétrico (descargas elétricas entre dois eletrodos que geram temperaturas bastante elevadas). Se for pulverizada e misturada com nitrato de potássio, ela explode (devido à reação com o nitrato).

Naira Maria Balzaretti, Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Pércio de Moraes Branco, Museu de Geologia, Superintendência Regional de Porto Alegre, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais



Ciência Hoje, Setembro de 2006.

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