Uma nave espacial realmente não
pode usar os pontos cardeais – Leste, Oeste, Norte, Sul – como orientação no
espaço, uma vez que esses conceitos se aplicam apenas na Terra. Sendo assim,
ela precisa recorrer a outros mecanismos para orientação. Existem diversos,
todos baseados em algum tipo de sensor, isto é, em instrumentos que efetuam
medidas.
O sensor solar é um dos mais
comuns. Ele determina a direção do Sol em relação à espaçonave e, com base
nisso, ela pode orientar. A complexidade desse sensor depende dos requisitos de
precisão da missão, podendo ir desde uma simples célula solar até mecanismos
ópticos de alta precisão.
A Lua e a própria Terra também
podem servir como pontos de orientação no espaço. Há sensores capazes de
indicar a posição desses astros, e as informações por eles coletadas também
podem orientar a nave.
Um sistema mais sensível é
baseado na posição das estrelas. São sensores que as detectam e identificam
certo número delas no céu. Tornando assim possível a localização da nave
espacial. Quanto maior o número de estrelas consideradas, mais preciso será o
posicionamento. A tecnologia envolvida nesse sensor é bem mais complexa, uma
vez que a luminosidade das estrelas é bem menor que a dos demais astros.
Existem também sistemas que são então baseados na observação de astros, como,
pode exemplo, o giroscópio. É um aparelho que utiliza princípios de inércia
para medir a rotação que um corpo sofre no espaço. Os mais comuns são baseados
em uma massa em rotação – medindo as rotações, é possível saber como a nave
muda sua orientação no espaço. Nessa classe de sensores existem também os
magnetômetros, que são aparelhos que medem o campo magnético. Com base nessa
medida, e conhecendo um mapa de como esse campo varia, é possível saber a
orientação da espaçonave.
Antônio Bertachini de Almeida Prado
Divisão de Mecânica Espacial e Controle, Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais
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