Por mais incrível que possa
parecer, sim. Mas só no estado gasoso, devido à altíssima temperatura. Algumas
estrelas mais frias chegam a jorrar dezenas de oceanos terrestres por hora, em
forma de gás. Mas esse não é o caso do Sol, onde o vapor é rarefeito e se
constitui apenas na fotosfera, a primeira camada visível do Sol. O calor nessa
região – cerca de 5.500 graus Celsius – é menor intenso do que na fornalha do
núcleo, onde as reações nucleares produzem um inferno de 15 milhões de graus
Celsius. Lá dentro, os átomos ficam soltos e não conseguem se unir para formar
H2O. A água é mais abundante nas manchas solares, que são as regiões
mais frias da fotosfera, com temperaturas de aproximadamente 3.500 graus
Celsius. “E não é apenas o termômetro que determina a existência de água. A
formação de moléculas também depende da pressão”, explica a astrônoma Beatriz
Barbuy, do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da Universidade de São
Paulo. Na superfície do Sol, a pressão é cerca de 10.000 vezes maior do que na
superfície terrestre. Isso acaba compensando o calor, que tende a afastar os
átomos. Só assim é que se forma o vapor.
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