segunda-feira, 14 de julho de 2014

Como se formam os redemoinhos?

Lembra daquela história de que o Triângulo das Bermudas era uma área perdida em meio a fortes redemoinhos capazes de engolir navios e fazer aviões sumirem do mapa? Bom, tirando a parte das lendas, o que sobra de fato são os redemoinhos. Mas eles não são uma exclusividade daquela região. Podem acontecer em mar aberto, na costa, em uma bacia. Enfim, não existe uma regra. Apesar disso, há um mínimo de previsibilidade: podemos dizer que o fenômeno tem mais chance de surgir nas áreas tropicais. Isso por causa do calor mais intenso, o que interfere diretamente na elevação da temperatura dos oceanos.
O que ocasiona o redemoinho é o encontro de uma parte da água aquecida com outras circunvizinhas que – devido a sombras, nuvens etc. – não ficam tão quentes. Especialistas estimam que a temperatura média de aquecimento da água para que ocorra o fenômeno é de 26°C. Nessa temperatura, ela se torna mais leve, o que eleva o nível de evaporação. Como o ar naquela superfície fica diferente, passa a existir a chamada área de baixa pressão. Por conta disso, o vento ali sopra em movimentos circulares. Pronto, está criado um redemoinho no mar.
Nos rios e lagos o fenômeno também pode acontecer, mas a história é diferente. O que interfere nesses ambientes é o fundo do rio. O solo com muitas depressões, pedras ou até buracos de areia é responsável por auxiliar a formação do fenômeno. O princípio aqui é basicamente o mesmo de abrir o ralo da banheira. Para que aconteça o redemoinho é necessário que existe um “sumidouro”, ou seja, um ponto ou uma região que absorve a água. E foi um deles que matou mais de 40 pessoas no dia 4 de maio de 2008, quando o barco Comandante Sales 2008 foi tragado pelas águas do rio Solimões, no Amazonas.

Fernando Lang da Silveira, do Instituto de Física da UFRGS; Mário Festa, engenheiro da Estação Meteorológica da USP; Rogério Maestri, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, e o site HowStuffWorks

 Revista Galileu, Julho de 2008.

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