Existem
diferentes tipos, de variadas composições químicas, mas todos eles são feitos
de substâncias inflamáveis que, uma vez incendiadas, liberam gases de alta
temperatura com uma pressão violenta. Isso ocorre porque essas substâncias têm
moléculas muito instáveis, isto é, que se rompem facilmente, repelindo-se umas
às outras. A história dos explosivos começou na China no ano de 1000 d.C., com
a descoberta da pólvora: um pó preto formado pela mistura de carvão, enxofre e
salitre (nitrato de potássio), utilizado então apenas para fabricar fogos de
artifícios.
Foi o frade
alemão Berthold Schwarz quem, no início do século XIV, criou a primeira arma de
fogo, inaugurando o uso da pólvora para fins bélicos. Durantes 500 anos, esse
foi o único material empregado para detonar canhões, bombas, fuzis e pistolas –
até que, em 1846, foi descoberta, pelo químico italiano Ascanio Sobrero, a
nitroglicerina, líquido oleoso formado pela reação da glicerina, substância
obtida a partir de gordura animal, com ácido nítrico e sulfúrico. “O problema
da nitroglicerina é que ela é altamente instável, a ponto de explodir com o
mínimo calor, contato ou fricção. Isso cria grande dificuldade de manuseio”
afirma o químico Cláudio Di Vitta, da Universidade de São Paulo (USP). Para
torná-la mais segura, a substância passou a ser misturada com outros
componentes. Assim foi criada, em 1867, a dinamite, o explosivo mais utilizado
até hoje para demolição e escavações de canais, estradas e túneis. Daí vêm os
milhões de dólares distribuídos anualmente aos ganhadores do mais importante
prêmio científico mundial, que leva o nome do inventor da dinamite, o químico
sueco Alfred Nobel. Ele misturou a nitroglicerina a um tipo de terra rica em
fósseis, chamada kieselguhr, encartuchada
em bananas, como são chamados os cilindros de papel parafina que contêm o
explosivo. A dinamite é disparada por meio de um cordão com pólvora, compondo
um sistema de espoleta, cordel e estopim.
Outro
explosivo descoberto no século XIX foi o TNT, ou trinitrotolueno, utilizado
principalmente em munição militar, como minas, granadas e bombas. O motivo é
que se trata de uma substância mais segura, porque só explode em contato com
duas outras substâncias: azida de chumbo e fulminato de mercúrio. Por fim, o
membro mais moderno da família é o ANFO, abreviação de Ammonium Nitrate Fuel
Oil (óleo combustível nitrato de amônio, em inglês), criado em 1950. A explosão
ocorre em consequência da reação do vapor desse óleo com o gás decomposto do
nitrato de amônio. “As principais utilizações do ANFO são a mineração e a
construção civil, mas ele só pode ser aplicado em buracos totalmente secos,
porque o contato com a água dissolve os grãos de nitrato”, diz o engenheiro de
minas Benitéz Pereira Marques, gerente técnico de uma fábrica de explosivos
brasileira.
Super, Setembro de 2002.
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