Anotar
informações dentro d’água é uma necessidade em quase todos os projetos de
investigação que utilizam o mergulho científico como ferramenta de pesquisa.
Isso pode ser feito de diferentes modos, mas o mais simples é escrever a lápis
diretamente sobre uma prancheta de PVC. É possível usar vários tipos de lápis –
os mais comuns são curtos (cerca de 12 cm), de grafite macio (2B), alguns
cientistas apontam as duas extremidades do lápis; outros usam lapiseiras de
pontas intercambiáveis, pois apontar um lápis debaixo d’água pode dificultar o
trabalho.
Um bom jeito
de prender o lápis à prancheta é com o auxílio de mangueiras cirúrgicas.
Tabelas previamente formatadas, presas às pranchetas com elástico, podem ser
usadas para pesquisas que requerem imersões repetitivas. Essas tabelas devem
ser confeccionadas em folhas de papel à prova d’água (nalgene polypaper) e
impressas em offset, fotocopiadoras ou impressoras a laser. As impressões em
offset são as que mais resistem ao contato com a água, diferentemente das
impressões a laser, que ficam riscadas por qualquer atrito.
Para facilitar
a coleta de dados, alguns instrumentos (bússola, termômetro, inclinômetro,
régua ou outro instrumento necessário à pesquisa) podem ser acoplados à
prancheta. Como mergulhar segurando uma prancheta pode muitas vezes comprometer
o equilíbrio do mergulhador, alguns pesquisadores preferem fazer anotações em
um tubo de PVC adaptado ao braço. Alguns estudos exigem o registro de uma
grande quantidade de dados, o que impede o mergulhador de olhar para baixo e
fazer anotações em uma prancheta. Nesse caso, equipamentos de fonia acoplados a
máscaras que recobrem todo o rosto do mergulhador, permitindo que ele possa
falar, possibilitam que as informações transmitidas pelo mergulhador sejam
anotadas ou gravadas por uma base instalada na superfície.
Ewerton Wegner
Laboratório de Mergulho Submarino, Fundação
Universidade do Vale do Itajaí (SC)
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