A idade das
rochas é determinada a partir da análise de elementos químicos instáveis
presentes nelas. Tais elementos são assim chamados por passarem por um processo
de decaimento radioativo. Isto é, eles liberam partículas permanentemente até
que o núcleo atômico se torne mais estável que de início. Durante esse
processo, o elemento muda seu número atômico, o que faz com que ele se
transforme em outro elemento químico. É o caso do urânio (U), que libera
partículas até se transformar em chumbo (Pb).
Conhecida a
velocidade com que ocorre essa transformação, é possível determinar há quanto
tempo o processo está acontecendo em uma determinada rocha. Para isso, obtém-se
uma amostra mineral que incorporou apenas o urânio (elemento-pai) na sua
formação. Com o passar do tempo, esse elemento decaiu gerando chumbo
(elemento-filho). Assim, mede-se a razão atual entre o elemento-pai e o
elemento-filho.
Quanto maior
essa razão, mais antiga é a rocha, pois mais tempo se passou e mais
elemento-filho foi gerado. Desse modo, chegamos à idade absoluta da rocha. Na
datação, utiliza-se o conceito de meia-vida, que é o tempo que metade de um
elemento precisa para se transformar em outro. No caso do urânio 235, a
meia-vida dele é de, aproximadamente, 700 milhões de anos. Já no urânio 238,
são necessários 4,5 bilhões de anos para que metade do elemento se transforme
em chumbo.
O método
urânio-chumbo é o mais utilizado para determinar quantos anos tem um rocha e,
por sinal, é usado para conhecer a idade da Terra. A mesma metodologia pode ser
usada com outros elementos, como o rubídio (Rb), que se transforma em estrôncio
(Sr).
Renata da Silva Schimitt
Departamento de Geologia, Instituto de
Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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