quarta-feira, 25 de junho de 2014

As ondas eletromagnéticas emitidas por telefones celulares podem afetar o desempenho de equipamentos elétricos em hospitais?

O risco de interferências eletromagnéticas em equipamentos médico-hospitalares ainda não está totalmente eliminado; está apenas sob controle. Enquanto estiverem em operação gerações mais antigas desses equipamentos – cujos projetos não levavam em conta a possibilidade de aparelhos de comunicação móveis causarem interferências eletromagnéticas -, sempre haverá risco de essas interferências ocasionarem problemas no ambiente hospitalar.
No entanto, a situação está evoluindo para um quadro de maior imunidade dos equipamentos médico-hospitalares e de menores níveis de emissão por telefones celulares. Assim, à medida que os celulares vão sendo substituídos por aparelhos mais compatíveis com os equipamentos usados por médicos em hospitais, o risco de interferência eletromagnética vai se reduzindo. Mas enquanto a substituição não for completa, deve-se considerar o risco de ocorrência do problema, que põe em perigo a segurança do paciente que depende do funcionamento adequado daqueles equipamentos.
É preciso considerar ainda que o ambiente hospitalar está se modificando com a invasão de novas fontes de emissão de radiações, como as redes wi-fi, entre outras. Embora essas tecnologias já tenham nascido em um contexto de preocupação com as interferências eletromagnéticas em equipamentos médico-hospitalares, ainda não há soluções totalmente seguras de redes sem fio que possam operar sem risco em hospitais.

Sérgio Santos Muhlen
Departamento de Engenharia Biomédica, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Estadual de Campinas

 Revista Ciência Hoje, Dezembro de 2010

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