O topo das montanhas altas é gelado porque o ar vai esfriando à medida
que sobe. A temperatura do ar depende de dois fatores: a pressão sobre ele e a
proximidade de superfícies horizontais. As moléculas próximas ao nível do mar
têm uma coluna enorme de ar em cima de si, pressionando. À medida que o ar
sobe, o tamanho dessa coluna diminui e, consequentemente, o seu peso cai,
fazendo com que o ar quente se expanda. Toda vez que um gás se espalha, ele
libera calor, ou seja, se resfria. Com o ar não é diferente. Por isso, ao chegarmos
ao topo da montanha encontramos a atmosfera gelada.
Além do mais, como o ar não absorve bem os raios solares, o principal
aquecedor da atmosfera é a própria superfície da Terra. Ao absorver a luz do
Sol ela emite calor e esquenta o ar que está por perto. E, apesar de os raios
solares também atingirem a montanha, eles incidem ali de forma inclinada.
Assim, a quantidade de energia absorvida é pequena e insuficiente para aquecer
o ar ao seu redor. “Por isso, o ar próximo ao cume de montanhas altas, como o Everest,
com 8.848 metros, é muito frio, 30 graus Celsius negativos”, explica a
meteorologista Maria Assunção da Silva Dias, da Universidade de São Paulo.
Super, Outubro de 1997.
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