São períodos em que o gelo dos pólos avança, cobrindo 30% da Terra,
enquanto agora ele ocupa apenas 10%. Durante as glaciações a temperatura do
planeta cai em torno de seis graus e as geleiras vão, no hemisfério sul, até a
patagônia argentina. No hemisfério norte o avanço é maior porque os oceanos são
mais rasos. Os grandes lagos, nos Estados Unidos (perto da fronteira com o
Canadá), e o sul da Inglaterra, chegam a congelar.
Nos últimos 2,7 milhões de anos (período em que se tem dados precisos)
ocorreram em torno de 25 glaciações. “Cada uma durou cerca de 100.000 anos, com
intervalos de 10.000 anos”, diz o glaciologista Jefferson Simões da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A última acabou em torno de 8.000
anos atrás.
Isto quer dizer que a Terra esteve parcialmente congelada a maior parte
do tempo desde que os ancestrais do homem surgiram, há 2 milhões de anos.
Atualmente se está em um período interglacial. Acredita-se que, entre 2 mil a 4
mil anos a partir de agora, começará uma nova glaciação. Não existe uma teoria
definitiva para explicar o fenômeno. A mais aceita é que envolve várias
mudanças nas órbitas terrestres. Primeiro, o eixo de rotação da Terra não forma
exatamente 90° com a linha do equador. O planeta está um pouco “inclinado”. E o
ângulo dessa inclinação sofre alterações devido à influência da força de
gravidade dos demais planetas. Essa é uma das mudanças. Segundo, o eixo de
rotação também gira sobre si mesmo como se fosse um pião, por influência da
atração do Sol e da Lua. Em terceiro lugar, o movimento em torno do Sol não é
sempre igual, também devido à força da gravidade dos planetas. A união das três
mudanças faz com que haja, em certos períodos, variação na quantidade de
energia que chega do Sol, causando o esfriamento.
Super, Junho de 1995.
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