Os organismos
controlam a temperatura porque possuem um termostato, semelhante àquele que
vemos em geladeiras ou congeladores, e que mantém a temperatura interna sob um
controle bastante rígido. Esse termostato está localizado principalmente no
sistema nervoso central, em uma região conhecida como hipotálamo. Assim, em
condições normais, ao entrarmos em um lugar muito quente, sentimos calor e
tomamos uma atitude para compensar isso: Ingerimos líquidos, nos abanamos, nos
molhamos etc. Quando entramos em ambientes muito frios, fazemos o oposto, para
reter calor: nos agasalhamos, ficamos próximos de outras pessoas etc.
A situação é
diferente quando estamos com febre. Esse estado é definido como uma elevação da
temperatura interna do indivíduo acima dos níveis normais, decorrente da
elevação do ponto de regulagem do termostato hipotalâmico. Em termos simples,
como o ‘regulador’ do termostato indica uma temperatura maior, a sensação é de
frio e nosso organismo tem de produzir calor para que a temperatura do corpo
chegue até esse novo nível. Assim, ao sentir frio, fazemos algo para elevá-la:
trememos, entramos debaixo dos cobertores etc.
A febre
acontece principalmente quando o organismo é alvo de infecções, como aquelas
causadas por vírus (por exemplo, a gripe) ou bactérias (como em certas
pneumonias). Em resposta a esses agentes infecciosos, nosso organismo produz
algumas substâncias que são capazes de modificar o termostato hipotalâmico.
Mauro Martins Teixeiras
Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Minas Gerais.
Ciência Hoje, Novembro de 2006.
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