A pressão atmosférica é a consequência do peso do ar. É o peso da
atmosfera distribuído em todas as direções, em volta das coisas, que produz a
pressão atmosférica. Por isso quando a altitude aumenta, a pressão atmosférica
diminui, pois há menos ar sobre nossas cabeças (PENA, 2007).
Em regiões como a cidade de La Paz, na Bolívia, localizada a mais de 3000
m de altura em relação ao nível do mar, o ar atmosférico é rarefeito (menos
denso) - o numero de moléculas, por metro cúbico, dos gases que compõem o ar,
entre eles o oxigênio (O2), é menor - se comparado com o ar de
cidades localizadas a baixa altitude, como Salvador, na Bahia. A esta diminuição da oferta de O2 denomina-se
hipóxia. Isso acontece porque com o aumento da altitude, a pressão
atmosférica diminui e as moléculas de ar se expandem. Outra conseqüência dessa
expansão é a queda da temperatura do ar atmosférico.
Porém, quando estamos dentro da cabine de um
avião, que voa em altitudes maiores que a da cidade de La Paz, isso não
acontece porque as aeronaves possuem um sistema que efetua o bombeamento ativo
de parte do ar atmosférico, aspirado e comprimido pelos motores da aeronave[1], para
dentro da cabine do avião com a finalidade de manter as condições adequadas ao
corpo humano durante o voo, permitindo assim que os passageiros respirem normalmente
(BOGSAN, 2012), mesmo com a aeronave voando em altas altitudes.
No entanto, em caso de falha neste sistema (ou
escape do ar do interior da cabine devido a um problema em alguma porta ou
janela da aeronave) poderá ocorrer a despressurização da cabine do avião, uma
vez que, em altas altitudes, a pressão dentro da aeronave é bem maior do que
fora dela. Como consequência da despressurização, o ar no interior da cabine se
tornará rarefeito, isto é, diminuirá a oferta de O2, por metro cúbico,
dentro da aeronave.
Segundo Lemos et al. (2010), em decorrência da hipóxia o indivíduo
tentará adaptar-se, seu organismo produzirá respostas em vários sistemas e
acontecerão diferentes ajustes fisiológicos, como por exemplo, alterações na
frequência respiratória e no sistema cardiovascular. Entre as estratégias para
minimizar os efeitos negativos da hipóxia está a utilização de
suplemento de O2 (LEMOS et al. 2010). Por isso, numa
inesperada despressurização da cabine do avião, “mascaras de oxigênio” cairão
automaticamente dos compartimentos localizados acima dos assentos.
Conforme Bogsan[2] (2012), ao
puxar a mangueira que conecta a máscara, o passageiro aciona um gatilho que
desencadeia uma reação química no interior do gerador químico, localizado acima
da caixa onde as máscaras ficam armazenadas, e fornece O2 por aproximadamente
12 min, tempo suficiente para que os pilotos possam efetuar a descida da
aeronave para uma altitude de voo em que se possa respirar sem o auxílio da
máscara (cerca de 3000 m). Bogsan (2012), ainda frisa que o O2 distribuído para as
máscaras dos pilotos não é fornecido por meio de geradores químicos, mas sim
por cilindros independentes, localizados no porão da aeronave, que permitem o
uso mais prolongado.
Fábio Luís Alves Pena, IFBA - Campus Simões Filho.
Fábio Luís Alves Pena, IFBA - Campus Simões Filho.
Referências
BOGSAN, A. Como
funcionam as máscaras de oxigênio em um avião? Revista GOL – Linhas Aéreas Inteligentes, n. 122, p.18, mai. 2012.
LEMOS, V. A.;
ANTUNES, H. K. M; SANTOS, R. V. T.; PRADO, J. M. S.; TUFIK, S.; MELLO, M. T. Efeitos
da exposição à altitude sobre os aspectos neuropsicológicos: uma revisão da
literatura. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.
32 , n. 1, p. 70-76, mar. 2010.
PENA, F. L. A.
Pressão atmosférica: Ela está por toda a parte. Revista Ciência Hoje das Crianças, ano 20, n. 184, p. 7-9, out.
2007.
O que é despressurização?
Quais são suas possíveis causas e os procedimentos caso ele ocorra? Disponível
em <blog.voegol.com.br/index.php/categ/pergunte-ao-comandante>
Acesso em: 18 de dez. 2013.
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