A forma dos
planetas é determinada pela força gravitacional que age sobre as nebulosas –
nuvens de gás e poeira constituídas de hidrogênio, hélio e muitos outros
elementos químicos que temos na Terra. Tanto os planetas quanto as estrelas se
formam a partir da condensação dessas nuvens, que apresentam uma rotação
inicial graças à ação da força gravitacional. Antes de formar um planeta, elas
começam a se condensar, o que leva a um aumento de sua velocidade de rotação
devido à conservação do momento angular. Em outras palavras, a nuvem se
comporta de maneira similar a uma bailarina que aumenta a velocidade de seu
giro quando dobra os braços. Esse movimento rotacional forma um disco de gases
e poeira (de gases condensados), com maior condensação de material no centro.
Nessa área central, mais densa, se formam estrelas, como o Sol no nosso sistema
planetário. Em outras regiões da nebulosa, a condensação de matéria dá origem a
planetas. Nesse caso, a aglomeração de partículas gera, em diferentes partes do
disco, objetos maiores que atraem cada vez mais poeiras e outras massas. Alguns
desses objetos podem se atrair e se chocar, mas outros, quando atingem grandes
dimensões, podem permanecer em órbitas estáveis, formando massas planetárias.
A força da
gravidade, além de depender da massa dos corpos envolvidos, depende do inverso
do quadrado da distância entre eles, ou seja, quanto mais próximos dois objetos
estão, maior a intensidade dessa força. O processo de aglomeração de matéria
dentro das nebulosas determina a atração de partículas vindas de todas as
direções, o que tende a formar massas esféricas.
Observamos
essa forma não apenas nos planetas do sistema solar, mas também nos satélites
naturais (como a nossa Lua), nas estrelas e nos planetas extra-solares. Mas
vale destacar que, de fato, a Terra e os outros planetas do nosso sistema solar
não são perfeitamente esféricos, por causa de sua rotação ou da ação de forças
gravitacionais diferenciais, como é o caso das marés. A rotação tende a achatar
os planetas nos polos. Há ainda corpos menores no sistema solar, como as luas
Fobos e Deimos de Marte, que não apresentam forma esférica. De pequeno tamanho
(26 km e 23 km de diâmetro equatorial, respectivamente), essas luas têm formas
mais alongadas.
Adilson de Oliveira
Departamento de Física, Universidade Federal
de São Carlos.
Ciência Hoje, Julho de 2012
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