A tarde de 3 de maio, na região de Nis,
a 250 quilômetros de Belgrado, foi surrealista. Um esquadrão de ataque da Força
Aérea americana despejou uma chuva de artefatos que não explodiam. De dentro
deles saltavam longos cordões cinza, parecidos com serpentina. Definitivamente,
não se tratava de uma festa. “Os fios, feitos de grafite, se enroscaram nas
linhas de transmissão e distribuição de energia, desativando as cinco
principais geradoras de eletricidade da região”, conta o engenheiro Márcio
Antônio Sens, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. A arma,
que não feriu ninguém nem causou danos às construções, foi batizada de soft
bomb (bomba suave). Mas, até que o emaranhado de grafite fosse retirado, não só
as forças armadas sérvias, alvo do ataque, tinham sido incomodadas. A população
e vários serviços públicos, como hospitais, ficaram às escuras e com
equipamentos desativados. Um dano profundo.
Super,
Junho de 1999.
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