Valência, em química, é a capacidade de um átomo de se ligar a outros. Já
o número de valência é o número de elétrons que o átomo pode ‘ceder’, ‘receber’
ou ‘compartilhar’ com outro quando estão ligados. Esses elétrons estão situados
na camada eletrônica mais externa, a camada de valência. Os chamados gases
nobres, por exemplo, têm a camada de valência completa. Ou seja, não têm como
ceder ou receber elétrons. Por isso, são inertes: seus átomos não se ligam a
outros.
Os átomos reagem com outros para ficar mais estáveis (ou inertes). Quando
um átomo cede os elétrons da camada de valência, ele torna-se mais estável,
porque a camada eletrônica imediatamente anterior está completa. Já o átomo que
recebe elétrons busca completar sua camada de valência, o que o tornará inerte.
Ao compartilhar elétrons, os dois átomos envolvidos tendem a completar essa
camada.
Os elementos – executados os gases nobres – podem ter apenas um número de
valência ou esse número pode variar. A variação depende das características dos
átomos envolvidos na ligação.
O oxigênio, quando se liga a outros elementos, tem em geral valência 2 (é
bivalente), mas o enxofre, ao contrário do que está na pergunta, é
multivalente, já que tem valências mais comuns de -2, +2, +4 e +6. A quantidade
de elétrons que o enxofre precisa para tornar-se mais estável vai depender do
elemento ao qual se liga. Com o hidrogênio, por exemplo, forma o gás sulfídrico
(H2S) ou ácido sulfídrico (quando dissolvido em água). Nesse caso, o enxofre
tem valência -2. Já no caso do gás sulfúrico (SO3) ou, quando adicionada água,
do ácido sulfúrico (H2SO4), o número de valência será +6.
Mário José
Politi
Instituto de Química,
Universidade de São Paulo.
Ciência Hoje, Novembro
de 2010.
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