Se a Terra fosse perfeitamente simétrica, com distribuição
homogênea de massa, e sem atmosfera, a força preponderante que atuaria sobre um
satélite seria a força gravitacional. Mas, como a Terra tem atmosfera, existe
também a fricção (ou atrito) que o satélite sofre ao passar por suas camadas.
As sucessivas passagens do artefato através da atmosfera terrestre diminuem
paulatinamente sua altitude, tornando sua órbita circular. Assim, o satélite
vai caindo cada vez mais até entrar em camadas mais densas do envelope gasoso que
recobre o planeta. Quando isso acontece, os menores normalmente se desintegram
e queimam. Mas os maiores, às vezes, podem não se destruir inteiramente e
acabam por se tornar um perigo efetivo se caírem sobre áreas urbanas. Em
grandes altitudes, além dos 200 km acima da superfície terrestre, os satélites
ficam em órbita por anos a fio. O satélite brasileiro SCD-1 (Satélite de Coleta
de Dados), por exemplo, quando foi lançado, em fevereiro de 1993, chegou à
altitude média de 760 km. Hoje, sete anos depois, o SCD-1 só caiu 2 km.
Helio Koiti kuga
Engenheiro da Divisão
de Mecânica Espacial e Controle do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
Galileu, Fevereiro de 2000.
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