domingo, 4 de maio de 2014

Por que os satélites espaciais não mantêm a órbita, reentram na atmosfera e caem na Terra?

Se a Terra fosse perfeitamente simétrica, com distribuição homogênea de massa, e sem atmosfera, a força preponderante que atuaria sobre um satélite seria a força gravitacional. Mas, como a Terra tem atmosfera, existe também a fricção (ou atrito) que o satélite sofre ao passar por suas camadas. As sucessivas passagens do artefato através da atmosfera terrestre diminuem paulatinamente sua altitude, tornando sua órbita circular. Assim, o satélite vai caindo cada vez mais até entrar em camadas mais densas do envelope gasoso que recobre o planeta. Quando isso acontece, os menores normalmente se desintegram e queimam. Mas os maiores, às vezes, podem não se destruir inteiramente e acabam por se tornar um perigo efetivo se caírem sobre áreas urbanas. Em grandes altitudes, além dos 200 km acima da superfície terrestre, os satélites ficam em órbita por anos a fio. O satélite brasileiro SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados), por exemplo, quando foi lançado, em fevereiro de 1993, chegou à altitude média de 760 km. Hoje, sete anos depois, o SCD-1 só caiu 2 km.

Helio Koiti kuga
Engenheiro da Divisão de Mecânica Espacial e Controle do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

 Galileu, Fevereiro de 2000.

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