Sim, mas não
de modo significativo. Em minha dissertação de mestrado, realizado no
Departamento de Engenharia Metalúrgica da UFMG, estudei o processo de corrosão
do aço carbono em contato com biodiesel de soja e de macaúba e comparei os
resultados com aqueles encontrados para o diesel. O biodiesel de soja foi
escolhido por ser o tipo mais produzido em escala comercial; o de macaúba pelo
fato de a planta ser uma das mais estudadas hoje como matéria-prima destinada à
produção de bicombustível.
Empregamos condições
extremas para acelerar a corrosão do aço em contato com os biocombustíveis:
ambiente com temperatura e pressão elevadas, e alta concentração de oxigênio.
Nessas circunstâncias, os ácidos e a água formados com o envelhecimento do
biodiesel tornam os metais mais suscetíveis à corrosão. Nos testes, usamos um
aço pobre (que corrói facilmente em contato com o ar, por não conter elementos
de liga), como o empregado na fabricação de tanques de combustíveis.
Verificamos,
uma semana depois, que não houve perda de massa do aço nem formação de buracos
(pites), que seriam prejudiciais aos tanques. Ao avaliar a alteração da
rugosidade da superfície do material, observamos que o aço em contato com o
biodiesel de macaúba sofreu maior alteração que aquele em contato com o de
soja. E que os dois combustíveis foram mais agressivos que o diesel.
Mas é preciso
ressalvar que essa alteração se deu em escala micrométrica. Portanto, embora os
dois tipos de biodiesel estudados sejam mais corrosivos que o diesel, seu
emprego como combustível alternativo não compromete a integridade do aço de
modo significativo.
Milene Adriane Luciano
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
(Doutoranda), Universidade Federal de Minas Gerais e Centro Universitário
UNA/UNATEC (Belo Horizonte)
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