segunda-feira, 23 de setembro de 2019

É verdade que as formigas não morrem cozidas no micro-ondas?


Se estiverem nas paredes internas do forno, não. Elas escapam por causa do tamanho. As micro-ondas (formadas pela vibração de campos eletromagnéticos) aquecem os alimentos porque vibram as moléculas de água que estão dentro deles. As formigas também possuem água no corpo e são afetadas pelas ondas. Só que geralmente, ficam caminhando sobre as paredes internas do forno. " Essas são regiões onde não há emissão de micro-ondas", explica a engenheira eletrônica Denise Consone, da Universidade de São Paulo. Como o inseto é muito pequeno (cerca de meio centímetro de altura, não é atingido.
Já as formigas que estiverem sobre os alimentos ou no prato giratório são atingidas pelas ondas. Com isso, sua temperatura aumenta e elas desidratam até morrer. Como são muito pequenas, e desidratadas diminuem de tamanho, possivelmente nem sejam notadas. Existem ainda outras formigas - sortudas -, que, mesmo sobre os alimentos, sobrevivem: é porque as micro-ondas não se distribuem igualmente no forno e elas deixam de atingir alguns pequenos pontos.

Super, setembro de 1995.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Como funciona o detector Geiger?

Você deve estar achando que não conhece esse detector, mas tente se lembrar de alguma cena de filme em que o herói, vestido como um astronauta, entra em um lugar escuro e assustador com um aparelhinho na mão. Ele aponta para cá e o aparelho faz "bip", para lá, e "bip" de novo. Até que, em determinado momento aponta para um galão meio enferrujado e... "biiiiiiiiiiiiiiiip". Eureca, o herói achou o lixo atômico que estava procurando e você já se deu conta do que é o detector Geiger (pronuncia-se gáiguér).
Sim, trata-se de uma aparelho capaz de perceber e medir as emissões radioativas. Uma ferramenta muito importante, porque a radioatividade pode ser perigosa, e o nosso corpo é incapaz de percebê-la! Para nós, ela não tem cheiro, cor, não a sentimos quando atinge a nossa pele. Por isso, a tememos tanto e dependemos de aparelhos como detector Geiger.
As radiações emitidas por elementos naturais ou artificiais são compostas por partículas minúsculas que não podemos ver nem com bons microscópios. No entanto, elas têm efeitos sobre coisas também minúsculas como os átomos (os menores pedacinhos que compõem todas as coisas). Quando a radiação bate em um átomo, pode remover dele pequenas partículas com carga elétrica (os elétrons), ou seja, partículas que carregam a eletricidade e que podem ser detectadas em aparelhos eletrônicos.
Dentro do detector Geiger há um gás e quando a radiação passa por esse gás arranca dele os elétrons. O segredo do sistema é que nesse detector existe um campo elétrico, coisa que também não vemos, que empurra os elétrons com muita força, fazendo com eles batam nos átomos e arranque mais elétrons. Então o Geiger consegue medir esse montão de carga elétrica. Quanto mais radiação, mais elétrons arrancados, mais intensa será a corrente elétrica no final, e mais intenso o biiiiiiiiiiiiip do aparelhinho.
Alguns detectores Geiger usam pequenas lâmpadas além de sinais sonoros. Neste caso, quando o aparelho é ligado, a luz fica piscando e pisca mais rapidamente se houver maior presença de material radioativo. Se a luz se tornar constante, é melhor se afastar (Jean Remy D. Guimarâes, Instituto de Biofísica, UFRJ).

CHC, julho de 2011.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Onde e quando surgiram os sistemas de televisão transmitidos por cabo? Como este tipo de sinal chega até a casa das pessoas, e de que é feito o cabo para as transmissões?

A  distribuição de imagens via cabo surgiu por volta de 1948 nos Estados Unidos. Na época, esses sistemas eram instalados graças à iniciativa dos vendedores de aparelhos de TV e transmitiam apenas canais abertos (isto é, aqueles que podem ser sintonizados livremente por um receptor comum, desses que temos em casa). O objetivo era melhorar a qualidade da imagem recebida pelas pequenas comunidades do interior. Hoje (1994), nos Estados Unidos, 65 milhões de casas têm TV a cabo.
No Brasil, o primeiro sistema de distribuição que se conhece surgiu na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, em 1976. Ele transmitia os sete canais abertos que existem no estado. Com o cabo, diminuiu a interferência do meio ambiente, por isso as imagens chegam melhores. Atualmente o sistema é usado para transmitir, além dos canais abertos, canais específicos, aos quais só tem acesso as pessoas que pagam por eles, os assinantes. Mas há outras formas de TVs por assinatura.
"Se fizermos uma comparação com as redes de distribuição de água, a TV a cabo é TV encanada. Pegamos os sinais e os mandamos tratados para o assinante", brinca o engenheiro Antonio Salles Teixeira Neto, diretor técnico da NET São Paulo, uma das empresas de TV por assinatura que utiliza a transmissão a cabo.
O sistema funciona da seguinte forma: no centro de controle eletrônico são colocadas várias antenas com alto poder de recepção. Elas captam os sinais vindos dos satélites e das antenas repetidoras das emissoras de TV. Nessa central, os sinais são processados e enviados para as casas das pessoas através de dois tipo de cabo: um ótico e outro chamado coaxial (cabo em que um fio condutor está envolto por outro condutor).
O cabo óptico, feito de fibra de vidro é capaz de conduzir luz por caminhos que não são retos. Ele é usado nos troncos principais (que se estendem por maiores distâncias) porque transmite melhor os sinais do que os cabos de tipo coaxial, cuja força de emissão vai se atenuando conforme aumenta o percurso.
Algumas regiões são servidas por um único tipo de cabo. "Em Brasília,, vamos usar apenas fibra ótica para as transmissões que entrarão em funcionamento no início de 1995", diz Longo, diretor superintendente da TVA , empresa de TV's por assinatura do Grupo Abril.
Os cabos podem ser fixados nos postes ou seguir por caminhos subterrâneos, algumas vezes acompanhando as redes de energia elétrica, ou seguindo paralelos aos cabos telefônicos. Ao chegar na casa do assinante, o cabo é ligado a um receptor de TV ao qual se acopla também um seletor, permitindo ao espectador escolher entre inúmeros canais, abertos e "fechados".

Super, Novembro de 1994.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O que é uma Superterra?

Para começar, que tal pegarmos como exemplo o nosso Sistema Solar? Nele existem dois tipos de planetas: os terrestres (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Superterra é o nome dado a um planeta que seja maior do que o maior planeta terrestre de nosso Sistema Solar (ou seja, Marte) e, ao mesmo tempo, menor que o menor dos gigantes gasosos (ou seja, Netuno).
Isso quer dizer que não existem Superterras em nosso Sistema Solar. Mas o nosso Sistema Solar não é o único da nossa Galáxia. Há pouco mais de vinte anos, quando foram descobertos os primeiros planetas em torno de outras estrelas, os chamados exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar), achava-se que eram todos parecidos com Júpiter, um dos nossos gigantes gasosos. Isso porque as técnicas usadas para localizar exoplanetas detecta mais facilmente os gigantes. Os planetas mais sólidos, os terrestres, por serem menores em tamanho, são mais difíceis de encontrar.
Cm o passar do tempo as técnicas foram sendo refinadas, os instrumentos de pesquisa também foram evoluindo e atualmente muitas dezenas de planetas do tipo "terrestre"já são conhecidos em torno de de outras estrelas.Alguns desses planetas são considerados Superterras, isto é, têm aquela medida entre Marte e Netuno! (Roberto D. Dias da Costa, Departamento de Astronomia, Instituto de Astronomia e Geofísica/USP).

CHC, Junho de 2018.

domingo, 18 de agosto de 2019

No caso de contusão, devemos fazer compressa quente ou fria?

Depende. Se você acabou de dar uma topada, torcer o pé, distender ou estirar um músculo da perna ou do braço, é melhor colocar gelo, durante 8 minutos, sobre a região. O frio é anestésico, contrai os vasos sanguíneos e diminui o inchaço e a dor.
" Mas, para uma lesão antiga, o melhor é fazer uma compressa quente", diz o ortopedista Moisés Cohen, da Universidade Federal de São Paulo. O calor relaxa os músculos e minimiza as inflamações. Além das compressas, há também aparelhos que esquentam o machucado por meio de ultrassom ou microondas.
Se apenas algumas horas se passaram depois do acidente, a indicação é alternar frio com quente. Essa técnica, chamada de contraste, provoca um revezamento de contração e de descontração das veias, astérias e músculos da região machucada, ajudando a aliviar o inchaço. " O ideal é começar por uma compressa quente e, depois de 15 minutos, colocar o gelo", ensina Cohen. "Essa troca deve ser repetida pelo menos três vezes."

SUPER, setembro de 1998.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Quais os critérios para agrupar as estrelas em constelações?

Surpresa. Não há critérios. Tudo não passa de uma brincadeira de ligar-os-pontos, que o homem faz há milhares de anos. Até porque as estrelas de uma constelação não têm ligação física. Nem perto umas das outras estão. " Até onde eu saiba, povos de todas as culturas imaginaram figuras no céu", diz o físico Walmir Cardoso, presidente da Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia, São Paulo. Há registros históricos do ano 3 500 a. C., que falam de constelações. A maioria das que reconhecemos hoje foram criadas pelos egípcios, mesopotâmios e chineses. Homens de todos os continentes, dos gregos aos índios brasileiros, viram objetos, animais e personagens mitológicos diferentes formados pelas mesmas estrelas. Em 1928, a União Astronômica Internacional resolveu oficializar o costume milenar e loteou o céu em 88 constelações (reconhecidas pelos gregos). Cada uma ocupa uma área bem delimitada, servindo de referência aos astrônomos.

Super, setembro de 1998.

domingo, 21 de julho de 2019

Por que sai vapor do chuveiro se a temperatura da água não chega a 100 graus?

A água não precisa atingir o ponto de ebulição para formar vapor. O vapor sai o tempo todo, em qualquer temperatura. Acontece que as moléculas dos líquidos estão sempre em movimento, trombando umas nas outras. "Nesse empurra-empurra, as mais próximas da superfície escapam para o ar, explica o químico Atílio Vanin, da Universidade de São Paulo.
"São elas que entram no nosso nariz e nos fazem sentir, por exemplo, o cheiro de um vinho ou do perfume", diz Vanin. A gente não vê esse vapor aromático porque, à temperatura ambiente, poucas partículas desprendem-se. Mas quanto mais quente estiver a água, mas as moléculas se agitam e um número maior delas sobe para o ar. Assim fica fácil por que a água do chuveiro, no inverno, que sai a cerca de 70 graus Celsius, solta tanto vapor. A 100 graus Celsius, quando ferve, praticamente o líquido todo evapora.

Super, setembro de 1998.