Você deve estar achando que não conhece esse detector, mas tente se lembrar de alguma cena de filme em que o herói, vestido como um astronauta, entra em um lugar escuro e assustador com um aparelhinho na mão. Ele aponta para cá e o aparelho faz "bip", para lá, e "bip" de novo. Até que, em determinado momento aponta para um galão meio enferrujado e... "biiiiiiiiiiiiiiiip". Eureca, o herói achou o lixo atômico que estava procurando e você já se deu conta do que é o detector Geiger (pronuncia-se gáiguér).
Sim, trata-se de uma aparelho capaz de perceber e medir as emissões radioativas. Uma ferramenta muito importante, porque a radioatividade pode ser perigosa, e o nosso corpo é incapaz de percebê-la! Para nós, ela não tem cheiro, cor, não a sentimos quando atinge a nossa pele. Por isso, a tememos tanto e dependemos de aparelhos como detector Geiger.
As radiações emitidas por elementos naturais ou artificiais são compostas por partículas minúsculas que não podemos ver nem com bons microscópios. No entanto, elas têm efeitos sobre coisas também minúsculas como os átomos (os menores pedacinhos que compõem todas as coisas). Quando a radiação bate em um átomo, pode remover dele pequenas partículas com carga elétrica (os elétrons), ou seja, partículas que carregam a eletricidade e que podem ser detectadas em aparelhos eletrônicos.
Dentro do detector Geiger há um gás e quando a radiação passa por esse gás arranca dele os elétrons. O segredo do sistema é que nesse detector existe um campo elétrico, coisa que também não vemos, que empurra os elétrons com muita força, fazendo com eles batam nos átomos e arranque mais elétrons. Então o Geiger consegue medir esse montão de carga elétrica. Quanto mais radiação, mais elétrons arrancados, mais intensa será a corrente elétrica no final, e mais intenso o biiiiiiiiiiiiip do aparelhinho.
Alguns detectores Geiger usam pequenas lâmpadas além de sinais sonoros. Neste caso, quando o aparelho é ligado, a luz fica piscando e pisca mais rapidamente se houver maior presença de material radioativo. Se a luz se tornar constante, é melhor se afastar (Jean Remy D. Guimarâes, Instituto de Biofísica, UFRJ).
CHC, julho de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário