O cloro adicionado à água como desinfetante não deve ser confundido com o elemento cloro (Cl2), um gás levemente esverdeado. Quando se lê a expressão "cloro ativo" no rótulo de um produto (geralmente alvejantes e material de limpeza), quando se adicionam tabletes de "cloro em pó" em piscinas ou quando se misturam gotas de uma solução de "cloro" na água para purificá-la, em todos esses casos o componente real é o hipoclorito. As soluções de água sanitária usadas como alvejante têm como componente principal o hipoclorito de sódio, usado também para matar micro-organismos da água durante tratamento para torná-la potável.
Obtêm-se hipoclorito misturando-se gás cloro com uma solução de hidróxido de sódio. Na reação, formam-se cloreto de sódio (sal de cozinha) e hipoclorito de sódio. No rótulo da água sanitária, repare que outro componente é o próprio hidróxido de sódio (soda cáustica), nela presente em excesso para estabilizar o hipoclorito. O hipoclorito de sódio decompõem-se com o tempo, mesmo à temperatura ambiente. A velocidade dessa reação de decomposição, como a maioria da reações químicas, varia com a temperatura e com a concentração das substâncias que estão reagindo. Quanto maior a temperatura e a concentração dos reagentes, maior a velocidade da reação.
No caso da água comum clorada de torneira, quando a fervemos, aceleramos a velocidade da reação de decomposição do hipoclorito muito mais baixa do que na água sanitária, o que torna a reação mais lenta; mas ao mesmo tempo há muito menos hipoclorito para reagir.
Então, se fervemos a água de 5 a 10 minutos, por exemplo, a concentração de hipoclorito após o processo será provavelmente muito baixa. Um modo de verificar se a água está de fato livre de hipoclorito é testar com uma solução de iodeto de potássio. Essa solução é incolor, mas, ao reagir com o hipoclorito, produz iodo (I2), que dá à água uma coloração marrom. Existem reagentes específicos que são adicionados à água com a finalidade de eliminar o hipoclorito; por exemplo, na água usada em aquário com peixes (Alfredo Luís Mateus, Colégio Técnico, Universidade Federal de Minas Gerais).
CH, março de 2008.
A particularidade deste blog está em apresentar as perguntas - sobre assuntos que envolvam conteúdos de física, dos leitores (e/ou colaboradores) de revistas de divulgação científica - em conjunto com a resposta. O objetivo é “transformar” a pergunta e a respectiva resposta em um texto didático e dinâmico para o ensino de física. (http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/v12a02.pdf)
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
É verdade que as formigas não morrem cozidas no micro-ondas?
Se
estiverem nas paredes internas do forno, não. Elas escapam por causa
do tamanho. As micro-ondas (formadas pela vibração de campos
eletromagnéticos) aquecem os alimentos porque vibram as moléculas
de água que estão dentro deles. As formigas também possuem água
no corpo e são afetadas pelas ondas. Só que geralmente, ficam
caminhando sobre as paredes internas do forno. " Essas são
regiões onde não há emissão de micro-ondas", explica a
engenheira eletrônica Denise Consone, da Universidade de São
Paulo. Como o inseto é muito pequeno (cerca de meio centímetro de
altura, não é atingido.
Já
as formigas que estiverem sobre os alimentos ou no prato giratório
são atingidas pelas ondas. Com isso, sua temperatura aumenta e elas
desidratam até morrer. Como são muito pequenas, e desidratadas
diminuem de tamanho, possivelmente nem sejam notadas. Existem ainda
outras formigas - sortudas -, que, mesmo sobre os alimentos,
sobrevivem: é porque as micro-ondas não se distribuem igualmente no
forno e elas deixam de atingir alguns pequenos pontos.
Super,
setembro de 1995.
sexta-feira, 20 de setembro de 2019
Como funciona o detector Geiger?
Você deve estar achando que não conhece esse detector, mas tente se lembrar de alguma cena de filme em que o herói, vestido como um astronauta, entra em um lugar escuro e assustador com um aparelhinho na mão. Ele aponta para cá e o aparelho faz "bip", para lá, e "bip" de novo. Até que, em determinado momento aponta para um galão meio enferrujado e... "biiiiiiiiiiiiiiiip". Eureca, o herói achou o lixo atômico que estava procurando e você já se deu conta do que é o detector Geiger (pronuncia-se gáiguér).
Sim, trata-se de uma aparelho capaz de perceber e medir as emissões radioativas. Uma ferramenta muito importante, porque a radioatividade pode ser perigosa, e o nosso corpo é incapaz de percebê-la! Para nós, ela não tem cheiro, cor, não a sentimos quando atinge a nossa pele. Por isso, a tememos tanto e dependemos de aparelhos como detector Geiger.
As radiações emitidas por elementos naturais ou artificiais são compostas por partículas minúsculas que não podemos ver nem com bons microscópios. No entanto, elas têm efeitos sobre coisas também minúsculas como os átomos (os menores pedacinhos que compõem todas as coisas). Quando a radiação bate em um átomo, pode remover dele pequenas partículas com carga elétrica (os elétrons), ou seja, partículas que carregam a eletricidade e que podem ser detectadas em aparelhos eletrônicos.
Dentro do detector Geiger há um gás e quando a radiação passa por esse gás arranca dele os elétrons. O segredo do sistema é que nesse detector existe um campo elétrico, coisa que também não vemos, que empurra os elétrons com muita força, fazendo com eles batam nos átomos e arranque mais elétrons. Então o Geiger consegue medir esse montão de carga elétrica. Quanto mais radiação, mais elétrons arrancados, mais intensa será a corrente elétrica no final, e mais intenso o biiiiiiiiiiiiip do aparelhinho.
Alguns detectores Geiger usam pequenas lâmpadas além de sinais sonoros. Neste caso, quando o aparelho é ligado, a luz fica piscando e pisca mais rapidamente se houver maior presença de material radioativo. Se a luz se tornar constante, é melhor se afastar (Jean Remy D. Guimarâes, Instituto de Biofísica, UFRJ).
CHC, julho de 2011.
Sim, trata-se de uma aparelho capaz de perceber e medir as emissões radioativas. Uma ferramenta muito importante, porque a radioatividade pode ser perigosa, e o nosso corpo é incapaz de percebê-la! Para nós, ela não tem cheiro, cor, não a sentimos quando atinge a nossa pele. Por isso, a tememos tanto e dependemos de aparelhos como detector Geiger.
As radiações emitidas por elementos naturais ou artificiais são compostas por partículas minúsculas que não podemos ver nem com bons microscópios. No entanto, elas têm efeitos sobre coisas também minúsculas como os átomos (os menores pedacinhos que compõem todas as coisas). Quando a radiação bate em um átomo, pode remover dele pequenas partículas com carga elétrica (os elétrons), ou seja, partículas que carregam a eletricidade e que podem ser detectadas em aparelhos eletrônicos.
Dentro do detector Geiger há um gás e quando a radiação passa por esse gás arranca dele os elétrons. O segredo do sistema é que nesse detector existe um campo elétrico, coisa que também não vemos, que empurra os elétrons com muita força, fazendo com eles batam nos átomos e arranque mais elétrons. Então o Geiger consegue medir esse montão de carga elétrica. Quanto mais radiação, mais elétrons arrancados, mais intensa será a corrente elétrica no final, e mais intenso o biiiiiiiiiiiiip do aparelhinho.
Alguns detectores Geiger usam pequenas lâmpadas além de sinais sonoros. Neste caso, quando o aparelho é ligado, a luz fica piscando e pisca mais rapidamente se houver maior presença de material radioativo. Se a luz se tornar constante, é melhor se afastar (Jean Remy D. Guimarâes, Instituto de Biofísica, UFRJ).
CHC, julho de 2011.
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Onde e quando surgiram os sistemas de televisão transmitidos por cabo? Como este tipo de sinal chega até a casa das pessoas, e de que é feito o cabo para as transmissões?
A distribuição de imagens via cabo surgiu por volta de 1948 nos Estados Unidos. Na época, esses sistemas eram instalados graças à iniciativa dos vendedores de aparelhos de TV e transmitiam apenas canais abertos (isto é, aqueles que podem ser sintonizados livremente por um receptor comum, desses que temos em casa). O objetivo era melhorar a qualidade da imagem recebida pelas pequenas comunidades do interior. Hoje (1994), nos Estados Unidos, 65 milhões de casas têm TV a cabo.
No Brasil, o primeiro sistema de distribuição que se conhece surgiu na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, em 1976. Ele transmitia os sete canais abertos que existem no estado. Com o cabo, diminuiu a interferência do meio ambiente, por isso as imagens chegam melhores. Atualmente o sistema é usado para transmitir, além dos canais abertos, canais específicos, aos quais só tem acesso as pessoas que pagam por eles, os assinantes. Mas há outras formas de TVs por assinatura.
"Se fizermos uma comparação com as redes de distribuição de água, a TV a cabo é TV encanada. Pegamos os sinais e os mandamos tratados para o assinante", brinca o engenheiro Antonio Salles Teixeira Neto, diretor técnico da NET São Paulo, uma das empresas de TV por assinatura que utiliza a transmissão a cabo.
O sistema funciona da seguinte forma: no centro de controle eletrônico são colocadas várias antenas com alto poder de recepção. Elas captam os sinais vindos dos satélites e das antenas repetidoras das emissoras de TV. Nessa central, os sinais são processados e enviados para as casas das pessoas através de dois tipo de cabo: um ótico e outro chamado coaxial (cabo em que um fio condutor está envolto por outro condutor).
O cabo óptico, feito de fibra de vidro é capaz de conduzir luz por caminhos que não são retos. Ele é usado nos troncos principais (que se estendem por maiores distâncias) porque transmite melhor os sinais do que os cabos de tipo coaxial, cuja força de emissão vai se atenuando conforme aumenta o percurso.
Algumas regiões são servidas por um único tipo de cabo. "Em Brasília,, vamos usar apenas fibra ótica para as transmissões que entrarão em funcionamento no início de 1995", diz Longo, diretor superintendente da TVA , empresa de TV's por assinatura do Grupo Abril.
Os cabos podem ser fixados nos postes ou seguir por caminhos subterrâneos, algumas vezes acompanhando as redes de energia elétrica, ou seguindo paralelos aos cabos telefônicos. Ao chegar na casa do assinante, o cabo é ligado a um receptor de TV ao qual se acopla também um seletor, permitindo ao espectador escolher entre inúmeros canais, abertos e "fechados".
Super, Novembro de 1994.
No Brasil, o primeiro sistema de distribuição que se conhece surgiu na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, em 1976. Ele transmitia os sete canais abertos que existem no estado. Com o cabo, diminuiu a interferência do meio ambiente, por isso as imagens chegam melhores. Atualmente o sistema é usado para transmitir, além dos canais abertos, canais específicos, aos quais só tem acesso as pessoas que pagam por eles, os assinantes. Mas há outras formas de TVs por assinatura.
"Se fizermos uma comparação com as redes de distribuição de água, a TV a cabo é TV encanada. Pegamos os sinais e os mandamos tratados para o assinante", brinca o engenheiro Antonio Salles Teixeira Neto, diretor técnico da NET São Paulo, uma das empresas de TV por assinatura que utiliza a transmissão a cabo.
O sistema funciona da seguinte forma: no centro de controle eletrônico são colocadas várias antenas com alto poder de recepção. Elas captam os sinais vindos dos satélites e das antenas repetidoras das emissoras de TV. Nessa central, os sinais são processados e enviados para as casas das pessoas através de dois tipo de cabo: um ótico e outro chamado coaxial (cabo em que um fio condutor está envolto por outro condutor).
O cabo óptico, feito de fibra de vidro é capaz de conduzir luz por caminhos que não são retos. Ele é usado nos troncos principais (que se estendem por maiores distâncias) porque transmite melhor os sinais do que os cabos de tipo coaxial, cuja força de emissão vai se atenuando conforme aumenta o percurso.
Algumas regiões são servidas por um único tipo de cabo. "Em Brasília,, vamos usar apenas fibra ótica para as transmissões que entrarão em funcionamento no início de 1995", diz Longo, diretor superintendente da TVA , empresa de TV's por assinatura do Grupo Abril.
Os cabos podem ser fixados nos postes ou seguir por caminhos subterrâneos, algumas vezes acompanhando as redes de energia elétrica, ou seguindo paralelos aos cabos telefônicos. Ao chegar na casa do assinante, o cabo é ligado a um receptor de TV ao qual se acopla também um seletor, permitindo ao espectador escolher entre inúmeros canais, abertos e "fechados".
Super, Novembro de 1994.
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