Por enquanto não existe uma tecnologia que armazene a energia dos raios para aproveitá-la depois. Mas, mesmo que existisse, não seria tão importante. Na verdade, o raio mata e apavora homens e animais, mas sua potência não é tão grande assim. A energia que um raio transfere da nuvem para a terra tem em torno de 500 quilowatts. Se você olhar a conta de luz da sua casa, vai ver que isso é pouco mais do que se consome em um mês.
"Talvez, no futuro, seja possível lançar mão de uma torre para captar raios e alimentar um sítio ou fazenda", diz o meteorologista Osmar Pinto Júnior, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em São José dos Campos, São Paulo. "Isso poderá ser feito principalmente em regiões com alta incidência de relâmpagos, ou seja, mais de cinco faíscas por quilômetro quadrado por ano", completa.
Ainda assim, será necessário estudar bem se o custo da montagem do equipamento compensa o benefício. Mesmo se fosse possível capturar todos os relâmpagos que caem em uma cidade como São Paulo (de 5 000 a 10 000 por ano) - por meio de milhares de torres ou pára-raios -, a energia capturada seria suficiente para alimentar apenas vinte edifícios. Ou seja, não vale a trabalheira.
Super, abril de 1997.
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