Preliminarmente, é necessário estabelecer a distinção entre neve artificial e falsa neve. Com muita frequência, uma expressão é usada para se referir à outra.
A neve artificial, que vem sendo exaustivamente usada nas pistas de esqui, é produzida por máquinas conhecidas como canhão de neve. Por meio de bombas de alta pressão, gotículas de água são lançadas à atmosfera. Se temperatura ambiente está por volta de -7 graus Celsius, essas gotículas transformam-se em neve. O processo é exatamente o mesmo que ocorre na natureza. Mas existem artifícios químicos para se aumentar a temperatura necessária para essa transformação: alguns produtos, conhecidos como nucleadores de gelo, se misturados às gotículas de água permitem obter neve a temperaturas entre 0 e -3 graus Celsius. Essa é uma atividade em larga expansão nas estações de esqui em todo o mundo - sobretudo nesses tempos de aquecimento global, com a neve natural surgindo tardiamente e derretendo antes do tempo.
Já a falsa neve, muito usada em cenas cinematográficas e ambientes internos, como nas festas de fim de ano, é obtida a partir de uma mistura de água com polímeros superabsorvedores. O mais famoso desses polímeros é o poliacrilato de sódio. Ele pode absorver uma quantidade de água de até 300 vezes sua massa. A consequência disso é que o material, inicialmente em forma de pó, se expande e apresenta uma consistência muito similar à da neve. Seja artificial, falsa ou verdadeira, a formação da neve sempre se dá por processos químicos e termodinâmicos.
Carlos Alberto dos Santos (Instituto Mercosul de Estudos Avançados, Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA).
Revista Ciência Hoje, Agosto de 2014.
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