Quem acha que vive sob
pressão precisa conhecer o Anoplogaster
cornuta. Ele mora no oceano a uma profundidade de 5 000 metros. A pressão
que a água faz sobre seu corpo é 500 vezes maior do que aquela que o ar
faz sobre nós aqui na superfície. Mas não rola nenhum estresse. Os animais que
nadam abaixo dos 300 metros de profundidade têm adaptações no corpo que os
tornam imunes às condições adversas desses lugares.
Alguns dos ajustes são
invisíveis. O aperto produzido pela água, que seria capaz de esmagar as
proteínas e comprometer suas funções em seres que habitam a crosta, não causam
mal nenhum. “Isso porque, para protegê-las, boa parte desses animais conta, nas
células, com uma substância chamada óxido de trimetilamina”, diz o biólogo
Paulo de Tarso, do Aquário de Santos, em São Paulo. O óxido funciona como uma
parede que absorve o aperto. A escuridão, que também poderia atrapalhar suas
caçadas e paqueras, é driblada com a fosforescência (veja no infográfico).
“Se pudessem se comunicar conosco, esses bichos também se perguntariam como
podemos ficar fora da água e com uma pressão tão baixa”, brinca o biólogo
marinho Edward Seidel, do Aquário da Baía de Monterey, nos Estados Unidos.
Super, Junho de 1999.
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