Todo mundo já viu aquela
iluminação especial em pistas de dança, que dá um fantasmagórico brilho roxo a
qualquer objeto de cores claras ou fluorescentes – especialmente roupas
brancas. A receita de fabricação é muito simples: basta pegar uma lâmpada
fluorescente, dessas usadas em escritórios, e remover a camada de pó branco,
formada por sais de fósforo. O vidro tem de ser trocado, então, por outro mais
escuro, para barrar radiações claras. Na lâmpada fluorescente normal, a luz
branca vem da incidência da radiação ultravioleta na tal camada de fósforo. “Com
a luz negra, esse fenômeno de fosforescência muda de lugar: quando estamos num
ambiente escuro, as roupas claras fazem o papel do fósforo e reemitem a luz que
recebem, dando a impressão de que estão brilhando”, diz o físico Mikiya
Muramatsu, da USP. Criada durante a Segunda Guerra pelo inventor americano
Philo Farnsworth (1906-1971) – considerado o pai da televisão – a luz negra
tinha a intenção original de melhorar a visão noturna e também costuma ser
utilizada para identificar falsificações em documentos ou cédulas de dinheiro.
Atualmente, a Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, pesquisa seu uso
na detecção de fungos em sementes.
Super, Outubro de 2002
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