Esse risco não existe. A palavra laser é um acrônimo formado pelas iniciais de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation. Significa, portanto, uma amplificação da luz pela emissão estimulada de radiação. Isso envolve a liberação de ondas luminosas chamadas fótons, que são emitidos por elétrons excitados.
Na pele, essa energia luminosa é absorvida por estruturas-alvo e convertida em energia térmica. No caso do pelo, a melanina-pigmento que dá a cor à pele, aos pelos e aos cabelos - é a estrutura-alvo (cromatóforo) onde energia luminosa se converte em energia térmica. É por isso, aliás, que os pelos claros não respondem tão bem a essa terapia quanto os pelos escuros.
Os efeitos indesejáveis desse tipo de tratamento decorrem do calor liberado. Não há, porém, caráter cumulativo dessa irradiação. Isso diferente do que ocorre com a radiação ultravioleta emitida pelo sol e por outras fontes luminosas. É esse tipo de luz que está envolvido com o processo de envelhecimento e com os cânceres cutâneos. Assim, não risco no contato cumulativo com o laser utilizado na depilação.
Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho (Departamento de Clínica Médica, Universidade Estadual de Campinas (SP)
Ciência Hoje, Março de 2010.
A particularidade deste blog está em apresentar as perguntas - sobre assuntos que envolvam conteúdos de física, dos leitores (e/ou colaboradores) de revistas de divulgação científica - em conjunto com a resposta. O objetivo é “transformar” a pergunta e a respectiva resposta em um texto didático e dinâmico para o ensino de física. (http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/v12a02.pdf)
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Como é possível calcular o desvio de um raio de luz ao passar próximo de uma grande massa como o Sol, se os fótons têm massa zero?
Fóton é o mínimo pacote (quantum) de energia que compõe a onda eletromagnética, ou seja, a luz. Ele não tem massa, mas tem energia e, segundo a teoria da gravitação do físico Albert Einstein (1879 - 1955), qualquer forma de energia sofre efeitos gravitacionais de uma grande massa.
Para Einstein, mais detalhadamente, uma grande massa não mais exerce uma força gravitacional sobre outros corpos. Ela simplesmente altera as propriedades geométricas do espaço e do tempo ao seu redor, de tal forma que o movimento de uma partícula livre, no caso o fóton, neste espaço-tempo curvo, não é mais retilíneo uniforme, mas um movimento curvo. O desvio é, então, essa diferença entre a trajetória dos dois movimentos.
Pela teoria de Einstein, o desvio previsto é de 1,74 segundos de arco. Para encontrá-lo, observamos, à noite, a posição da estrela celeste, quando a trajetória da luz emitida pelo astro é retilínea, já que não há interferência do Sol. Comparamos esta posição com a encontrada seis meses depois, quando o Sol se interpões entre nós e a estrela, causando o desvio. evidentemente, nessa situação, é dia claro e só podemos ver a estrela caso aconteça um eclipse.
A primeira observação foi feita pelas expedições lideradas por Arthur Eddington (1882 - 1944) - uma delas a de Sobral, no Ceará, em 1919, que produziu os melhores dados, confirmando as previsões de Einstein e tornando-o famoso mundialmente.
Nelson Pinto Neto (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, RJ).
Ciência Hoje, Março de 2010.
Para Einstein, mais detalhadamente, uma grande massa não mais exerce uma força gravitacional sobre outros corpos. Ela simplesmente altera as propriedades geométricas do espaço e do tempo ao seu redor, de tal forma que o movimento de uma partícula livre, no caso o fóton, neste espaço-tempo curvo, não é mais retilíneo uniforme, mas um movimento curvo. O desvio é, então, essa diferença entre a trajetória dos dois movimentos.
Pela teoria de Einstein, o desvio previsto é de 1,74 segundos de arco. Para encontrá-lo, observamos, à noite, a posição da estrela celeste, quando a trajetória da luz emitida pelo astro é retilínea, já que não há interferência do Sol. Comparamos esta posição com a encontrada seis meses depois, quando o Sol se interpões entre nós e a estrela, causando o desvio. evidentemente, nessa situação, é dia claro e só podemos ver a estrela caso aconteça um eclipse.
A primeira observação foi feita pelas expedições lideradas por Arthur Eddington (1882 - 1944) - uma delas a de Sobral, no Ceará, em 1919, que produziu os melhores dados, confirmando as previsões de Einstein e tornando-o famoso mundialmente.
Nelson Pinto Neto (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, RJ).
Ciência Hoje, Março de 2010.
O que é ouvido absoluto?
Ouvido absoluto é capacidade de nomear ou produzir uma frequência predetermina na ausência de uma nota de referência. Por exemplo: a campainha de casa toca e consigo identificar que aquele toque é um si bemol. Ou então, quando, em resposta a um pedido para entoar um fá sustenido, algumas pessoas conseguem emitir a nota, de maneira afiada e segura, sem uma nota de referência.
O ouvido absoluto é muito raro. Porém, estudos recentes vêm mostrando que falantes de línguas tonais - línguas em que o significado de uma palavra muda conforme a entonação, como, por exemplo, mandarim e vietnamita - dispõem de uma forma surpreendentemente precisa de ouvido absoluto.
Alunos dotados de ouvido absoluto não têm, necessariamente, mais facilidade para aprender a tocar um instrumento do que aqueles que têm ouvido relativo (isto é, que só conseguem reproduzir uma frequência qualquer a partir de uma nota de referência). Os com ouvido absoluto apenas aprendem de forma diferente, uma vez que não precisam de uma nota de referência para reconhecer uma nota mal executada em suas performances.
Na minha experiência de ensino, verifiquei um fato curioso: o ouvido absoluto de alguns alunos atrapalha a compreensão do discurso musical quando eles precisam executar suas peças em pianos que não estão afinados no diapasão (afinação universal). Eles relatam que "é muito difícil esperar um som e, de repente, vir outro". Isso frustra suas expectativas, acarretando a produção de uma performance emocionalmente comprometida.
Danilo Ramos (Departamento de Música, Universidade Federal do Paraná e Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas).
Ciência Hoje, jan/fev de 2013.
O ouvido absoluto é muito raro. Porém, estudos recentes vêm mostrando que falantes de línguas tonais - línguas em que o significado de uma palavra muda conforme a entonação, como, por exemplo, mandarim e vietnamita - dispõem de uma forma surpreendentemente precisa de ouvido absoluto.
Alunos dotados de ouvido absoluto não têm, necessariamente, mais facilidade para aprender a tocar um instrumento do que aqueles que têm ouvido relativo (isto é, que só conseguem reproduzir uma frequência qualquer a partir de uma nota de referência). Os com ouvido absoluto apenas aprendem de forma diferente, uma vez que não precisam de uma nota de referência para reconhecer uma nota mal executada em suas performances.
Na minha experiência de ensino, verifiquei um fato curioso: o ouvido absoluto de alguns alunos atrapalha a compreensão do discurso musical quando eles precisam executar suas peças em pianos que não estão afinados no diapasão (afinação universal). Eles relatam que "é muito difícil esperar um som e, de repente, vir outro". Isso frustra suas expectativas, acarretando a produção de uma performance emocionalmente comprometida.
Danilo Ramos (Departamento de Música, Universidade Federal do Paraná e Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas).
Ciência Hoje, jan/fev de 2013.
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