sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Como funciona a armadilha fotográfica?

 Bichos selvagens são ariscos, quase sempre fogem quando humanos se aproximam. É por isso que pesquisar certos animais nas matas não é tarefa fácil, fotografar, então, nem se fala. Para tornar possível esse trabalho, os pesquisadores criaram a armadilha fotográfica, um tipo especial de equipamento que pode tirar fotos sem a presença de um fotógrafo.

As armadilhas fotográficas são câmeras muito sofisticadas, preparadas para disparar na presença na presença de alguns animais, graças a seus modernos sensores de calor e movimento. Algumas dessas máquinas são capazes de fazer vídeos de pequena duração até mesmo no escuro.

As armadilhas são geralmente colocadas em trilhas que alguns animais utilizam para se mover pela floresta ou próximas a tocas e cursos d´água. Quando um animal de sangue quente - onças, gambás, macacos e quatis, por exemplo - passa perto do equipamento - clique! - a máquina dispara. Assim também acontece quando o equipamento capta um movimento mais brusco, que não precisa ser necessariamente de um animal, como as folhagens balançando com o vento forte.

Mas o resultado quase sempre é surpreendente! Com as fotos, os pesquisadores podem descobrir quais bichos vivem na floresta e também detalhes sobre os hábitos que alguns animais têm - que não poderiam ser observados sem auxílio da armadilha fotográfica.

As imagens também possibilitam aos biólogos o estudo das espécies em seus hábitats, sem precisar capturá-las ou passar dias e mais dias (noites e mais noites também!) perambulando pelas matas para observá-las. 

A armadilha fotográfica é apenas uma amostra do quanto o desenvolvimento da tecnologia ajuda à ciência, e vice-versa - é claro!

A armadilha fotográfica surgiu no século 19, quando o pesquisador George Shirras teve o intuito de registrar espécies que são difíceis de serem observadas no campo. No início, os pesquisadores utilizavam máquinas grandes e bem antigas, que eram perigosas, pois podiam provocar incêndios nos locais onde eram instaladas, por liberar faíscas geradas pelo flash. Hoje, as máquinas são sofisticadas e muito seguras.

André Valle e Anderson Aires Eduardo, Museu de Zoologia João Moojen, Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa).

CHC, novembro de 2009.


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