Na hipótese de a Lua ser destruída, à parte os prejuízos dos poetas e dos namorados, o planeta Terra sofreria diversas alterações. Algumas delas seriam fáceis de ser percebidas, outras não. As marés altas, por exemplo, perderiam cerca de 70% da intensidade atual. A periodicidade principal das marés passaria das 12h 25min para cerca de 12h. Essa variação afetaria determinadas formas de vida que se desenvolvem associadas às marés.
Em outra escala, que não afetaria as pessoas de forma muito sensível, haveria modificações nos movimentos de rotação e de translação da Terra, já que certas pertubações gravitacionais atribuídas à Lua deixariam de existir.
O único satélite natural do planeta também provoca, na Terra, as chamadas mares terrestres. Elas fazem com que as imensas placas da crosta terrestre subam e desçam, boiando sobre o magma - matéria pastosa do interior da Terra. Esse fenômeno é semelhante ao que ocorre com os navios que boiam sobre as águas dos mares, subindo e descendo ao sabor das variações das marés. Esses movimentos de deformação da matéria provocam atritos que ajudam a manter aquecido o interior do planeta. Se a Lua sumisse no espaço, essas deformações diminuiriam bastante, acelerando o processo de resfriamento do interior da Terra (Fonte: Roberto Boczko, astrônomo do Instituto Astronômico e Geofísico da USP).
Galileu, Fevereiro de 1999.
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