As águas minerais são uma classe especial de águas subterrâneas, pois têm uma concentração elevada de algum elemento químico, que as torna benéficas à saúde humana. As concentrações para que uma água seja considerada mineral são reguladas por lei. O fato é que toda água, mineral ou não, apresenta uma grande variedade de elementos químicos dissolvidos - isso é resultado da interação físico-química da água com o meio geológico, como rochas ou sedimentos, por exemplo.
As águas que naturalmente apresentam gás são chamadas carbogasosas. Nelas, a concentração de gás carbônico (CO2) é elevada. A origem desse gás no aquífero é a degradação de matéria orgânica contida nos sedimentos (fenômeno exemplificado pela reação genérica (HCO2 + O2 = CO2 + H2O).
A ocorrência de águas carbogasosas não é comum no Brasil. As fontes mais conhecidas encontram-se nas cidades de São Lourenço, Lambari e arredores, no sul de Minas Gerais. Nesses locais, camadas de sedimentos pouco permeáveis intercalam-se com camadas mais permeáveis. A matéria orgânica fica contida no material geológico; e o oxigênio entra no sistema dissolvido na água da chuva - que alimenta o aquífero. As camadas menos permeáveis impedem que o gás gerado pelo encontro da água de recarga com a matéria orgânica do sedimento escape para a atmosfera. Em geral, a concentração natural de CO2 na água não é muito alta. Assim, para sua comercialização, as empresas retiram do solo o próprio gás e, por meio de técnicas industriais, reforçam sua presença no produto, antes de engarrafá-lo. (Ricardo Hirata, Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas, Universidade de São Paulo).
Ciência Hoje, dezembro de 2013.
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