Assim como
ocorre com Mercúrio, o planeta Vênus, popularmente conhecido como
“estrela-d’alva” ou “estrela da tarde”, tem uma órbita interna à da Terra, em
seu movimento em torno do Sol. Dessa forma, ele está sempre nas proximidades do
Sol, quando observado da Terra. A máxima distância angular entre Vênus e o Sol
é de 47 graus. Essa situação é conhecida como “elongação”, em que o planeta é
visível por várias horas depois do pôr-do-sol (elongação vespertina) ou antes
do nascer do Sol (elongação matutina). Ao longo de sua trajetória ao redor do
Sol, Vênus apresenta fases semelhantes às familiares fases da Lua, facilmente
perceptíveis mesmo com pequenos telescópios ou lunetas.
O planeta
atinge seu brilho máximo 35 dias após as elongações vespertinas, ou 35 dias
antes das elongações matutinas. O intenso brilho do planeta, nessas épocas
próximas às elongações, realmente permite visualizá-lo durante o dia claro, até
mesmo a olho nu. No entanto, essa observação geralmente só é acessível aos
observadores experientes: para localizá-lo com segurança, é necessário conhecer
as coordenadas celestes do planeta com precisão. Deve-se sempre estar postado à
sombra de um muro ou parede, por exemplo, de tal forma que o brilho do Sol não
interfira. Em hipótese alguma pode-se olhar o Sol diretamente – nem a olho nu e
muito menos ao telescópio, o que pode trazer danos irreparáveis ao globo
ocular. Mas a melhor forma de admirar planetas e estrelas é estar acompanhado
de um grupo de pessoas já iniciadas nesse tipo de observação. Em Belo
Horizonte, por exemplo, há o Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais
(Ceamig), que pode ser acessado pelo site www.gold.com.br/~ceamig. Ou, para
todo o Brasil, a Rede de Astronomia Observacional (REA), no site www.geocities.com/CapeCanaveral/9355.
Tasso Napoleão
Astrônomo da Rede de Astronomia Observacional (REA)
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