domingo, 27 de setembro de 2020

Como funciona a realidade aumentada?

 Você acaba de receber um cartão-postal com a recomendação de colocar a imagem que ele traz impressa no verso diante da câmera do seu computador. Curioso, você vai lá e... Uau! A imagem salta do papel, parece flutuar! Pois bem, caro leitor, este é um exemplo de realidade aumentada. Você tem alguma ideia de como isso funciona?
De uma maneira simples, podemos entender a realidade aumentada como uma mistura do mundo real com o virtual. É que, dependendo do tipo de simulação, tanto podemos ter a impressão de que algo salta do universo virtual para o real (como no caso do cartão com a imagem), quanto podemos sentir passando do real para o virtual. Neste caso, cabe o exemplo dos simuladores de voo, usados para treinamento de pilotos, que experimentam todas sensações de conduzir um avião de verdade, tamanha a perfeição com que a realidade física é recriada virtualmente.
Mas a gente não precisa voar tão alto para descobrir o que há por trás da realidade aumentada. Basta sabermos que as imagens que ganham vida virtualmente trazem consigo um código em duas dimensões, que é "lido" por determinados programas de computador e, imediatamente, transformado em imagens tridimensionais. Isso significa que não adianta colocar qualquer imagem diante da webcam esperando que ela salte da tela do computador, certo?!
Existem desde os programas mais simples, que apenas projetam a imagem em 3D, até os mais sofisticados, como os que podem recriar a realidade para permitir que médicos operem pacientes a quilômetros de distância. Mas, no meio do caminho, há muitos jogos e brincadeiras como os quais podemos nos divertir. Já pensou fazer carinho nos mascotes da CHC por meio da realidade aumentada? O máximo hein?! (Ivan Santos Oliveira, Coordenador de Pós-Graduação, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas).

CHC, novembro de 2011.


sábado, 26 de setembro de 2020

E se houvesse um acidente nuclear nas usinas de Angra dos Reis?

 Esqueça Chernobyl. As usinas de Angra dos Reis estão precavidas para evitar algo parecido com a maior catástrofe nuclear da história, que aconteceu na ex-União Soviética e matou 56 pessoas diretamente, outras 4 mil de câncer e expôs 6,6 milhões de pessoas. Em Chernobyl, por exemplo, os funcionários demoraram dias para perceber que gás radioativo havia sido liberado; as usinas atuais, incluindo as brasileiras, têm sensores que evitam que esse tipo de coisa aconteça. Se acontecesse um acidente nas nossas usinas nucleares, ele seria mais parecido com o que aconteceu na planta americana de Three Mile Island, na Pensilvânia. Lá, em 1979, o núcleo de um dos reatores se fundiu e provocou um aquecimento rápido, que levou à liberação de gases radioativos. Os gases ficaram retidos em um envoltório de contenção, e ninguém foi atingido - quer dizer, apenas uma pessoa morreu, uma mulher grávida que bateu o carro enquanto tentava fugir dos arredores do local do acidente. Cerca de 25 mil pessoas moravam a até 8 Km da usina, e a notícia de que havia acontecido um acidente provocou um verdadeiro caos. O acidente de Three Mile Island , o maior da história americana até hoje, apavorou as pessoas e ainda é citado em filmes e músicas (a canção London Calling, do The Clash, cita o caso com o verso "a nuclear error").
Existe um plano de controle de danos para o caso de algo parecido acontecer em Angra - ou, pior ainda, para a eventualidade de haver vazamento de radiação para fora da usina. A Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão do governo federal que regulamenta as atividades nucleares, definiu 4 Zonas de Planejamento de Emergência. São 4 círculos concêntricos, o primeiro a até 3 Km da usina e o último em uma faixa de 10 a 15 km. De acordo com a direção em que o gás radioativo fosse se espalhando, a população da primeira faixa seria evacuada para a seguinte, e assim por diante. A primeira área tem 300 moradores, e a segunda tem 15 mil. A orientação para as pessoas seria feita por meio de 8 sirenes, instaladas nas duas primeiras áreas.
Quem não tem carro próprio seria conduzido por ônibus da Eletronuclear, a empresa que administra as usinas, e também em veículos da empresa de transporte público da região. Todos seriam levados para abrigos em escolas municipais e estaduais das cidades vizinhas. Os pescadores da região seriam evacuados por barco e levados pela Marinha até o Colégio Naval de Angra dos Reis.
A longo prazo, uma faixa de até 50 Km poderia ser atingida por gás radioativo, o que alcançaria muitos municípios da região e provocaria danos sérios ao ambiente. No curto prazo, o maior problema seria o pânico. " A população daquela área nem é tão grande, mas é muito difícil de ser evacuada", diz o físico Anselmo Paschoa, pesquisador do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais da Universidade Federal do Rio de Janeiro que, em 2000, trabalhou em uma investigação do governo federal sobre as condições de segurança da usinas de Angra. " A probabilidade de um acidente de grandes proporções acontecer é muito pequena, mas sempre existe. Por Muito tempo as usinas nucleares venderam a imagem de que estão imunes a acidentes, o que não é verdade."

SUPER, fevereiro de 2008.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Como ocorre o eco?

 O eco acontece quando uma onda sonora bate em uma barreira e volta para o local de origem. São essas ondas que propagam o som, fazendo vibrar as moléculas que compõem o ar. Quando essa onda bate em algo, como uma parede ou uma montanha, é refletida. "Dá para entender como isso acontece observando uma pequena onda em uma piscina", demonstra o físico Cláudio Furukawa, da Universidade de São Paulo. "Ao bater na borda ela começa o caminho de volta". Para que o eco ocorra é preciso que o som seja emitido com poucos ou nenhum objeto. Caso contrário, o som vai encontrar mais de uma barreira e será refletido em várias direções, se dispersando. Além disso, o lugar tem que ser bastante amplo. O som viaja rapidamente (cerca de 340 metros por segundo). Se a distância que ele percorrer antes de bater em alguma coisa for muito pequena, o som é refletido praticamente no mesmo momento em que foi emitido. O som refletido se sobrepõe ao som original e o eco não é percebido.


SUPER, agosto de 1995.