O sonar não serve exatamente para enxergar. É um sinal vibratório emitido quando o bicho se movimenta ou quer se comunicar. Sai de órgãos localizados no tórax, nas narinas ou na boca, dependendo da espécie. Quando bate numa superfície, o sinal volta e é captado pelo ouvido, avisando da existência do obstáculo. Mas a visão também é importante. Principalmente à noite, porque nem todos os morcegos contam com o sonar bem desenvolvido. Esses mamíferos voadores estão divididos em dois grandes grupos: microchiroptera e megachiroptera. Os do primeiro têm cerca de 20 centímetros de envergadura (da ponta de uma asa à outra) e aparecem no mundo todo, exceto nos pólos. " Eles usam sonar o principalmente durante a caça para localizar um presa em pleno voo", conta o biólogo Valdir Antônio Taddei, da Universidade Estadual Paulista, em São José dos Campos, São Paulo. Nas tarefas mais simples, como encontrar uma árvore ou caverna para o cochilo, não dispensam os olhos, tão potentes como os de um rato.
O outro grupo é formado por bichos maiores, que chegam a ter 1 metro de envergadura e habitam principalmente a Ásia e a África. Para esses, o olho é tudo. Se dependessem só do sonar na hora de se movimentar, não escapariam de umas boas trombadas. Talvez por isso mesmo, apesar de ter hábitos noturnos, cacem durante o crepúsculo, quando ainda contam com um pouco de luz.
Super, novembro de 1999.